Para evitar acidentes -

Ferramenta de segurança mapeia balões no espaço aéreo brasileiro

Os estados do Rio de Janeiro e São Paulo concentram a maior quantidade de balões no espaço áereo do País. Uma ferramenta do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) permite mapear essas ocorrências e evitar acidentes com aviões, a partir de denúncias enviadas ao órgão.

A tradição baloeira, que se intensifica nas festas juninas, tem assustado quem voa nessas regiões. É que em alguns casos os pilotos precisam fazer manobras evasivas bruscas, desistir da decolagem, arremeter e até atrasar o pouso. Situações que geram medo, desconforto e transtorno aos passageiros.

De acordo com o Coronel Antônio Heleno da Silva Filho, responsável pelo gerenciamento do Risco Baloeiro no Cenipa, “qualquer objeto que circule pelo espaço aéreo sem controle nenhum é um risco para a aviação. Esta é a razão principal da preocupação do Cenipa e da Força Aérea Brasileira com a questão dos balões livres não tripulados”.

Balanço

Dos 134 registros de balões entre janeiro e abril, 57% foram avistados em São Paulo. Em 2016, dos 510 registros recebidos, a maioria também ocorreu no espaço aéreo paulista: 307 casos, o que equivale a 60% das notificações. O aeroporto com maior número de avistamentos é o de Guarulhos, com 103 relatos, seguido do de Campinas, com 93.

Já no Rio de Janeiro, nos três primeiros meses de 2017, houve 31 casos de avistamentos de balão (23% do total registrado). Em 2016, a soltura de balões no espaço aéreo fluminense também gerou 23% das notificações, mantendo o estado no segundo lugar do ranking no País (118 relatos entre 510).

A maior parte dos registros é de avistamento, não de colisão. De 2015 para 2016, o número de relatos aumentou 57%. Isso pode significar que o número de balões soltos aumentou, mas também que a comunidade aeronáutica tem informado mais ao Cenipa sobre a presença dos objetos nos céus do País. É importante ressaltar que um único balão pode ser avistado por vários pilotos.

"A prevenção é um compromisso de todos. É importante conscientizar a população sobre a necessidade do reporte, para alcançarmos o efeito desejado: um número de reportes que se aproxime da realidade dos céus brasileiros", explica o Coronel Heleno.

Festas juninas

Os dados mostram que os meses de maio, junho e julho apresentam mais relatos se comparados com os quatro meses iniciais do ano e, em alguns casos, até com os cinco últimos meses. No ano passado, nesse período, foram registradas 199 ocorrências, contra 134 de janeiro a abril e 177 de agosto a dezembro.

O coronel Heleno alerta ainda que “se o piloto tiver tempo de reação, ele certamente vai tentar desviar a aeronave do balão e evitar o impacto. O que acontece é que muitas vezes a atenção do piloto em algumas fases do voo está voltada para o interior da cabine e o tempo de reação pode ser muito curto, particularmente quando se está executando operação de pouso ou decolagem”.

Fonte: Portal Brasil

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