Consumido sem orientação -

Pílula anticoncepcional: médico esclarece dúvidas

A pílula anticoncepcional é um dos métodos mais usados pelas mulheres para prevenir a gravidez. No entanto, seu uso ainda gera muitas dúvidas. "Não é qualquer mulher que pode tomar pílula. Antes é necessário passar por uma consulta com o ginecologista a fim de saber se ela pode ou não tomar o medicamento. Existem algumas contraindicações que só um médico pode avaliar", explica o ginecologista e obstetra José Bento, dos hospitais Albert Einstein e São Luís, em São Paulo.

Além da função contraceptiva, ela pode ajudar também a diminuir a quantidade de pelos no rosto e no corpo. "Não são todas as pílulas que têm este efeito, mas algumas foram desenvolvidas para este fim. Existem também pílulas que melhoram a acne e a oleosidade da pele", afirma.

Ele diz que houve uma grande evolução deste método contraceptivo desde que passou a fazer parte do universo feminino, nos anos 60. Mas muitos mitos se propagaram até os dias atuais e é preciso esclarecê-los para que as mulheres possam se sentir mais seguras ao tomar pílula.

Como escolher a pílula anticoncepcional

O contraceptivo deve ser escolhido pela mulher junto com seu médico. No geral, os mais indicados são os que possuem menor dosagem hormonal, porque, em tese, terá menor efeito colateral no organismo da mulher. "Somente um profissional pode indicar uma pílula com menos efeitos colaterais, com menor taxa de hormônios e que seja mais adequada para cada paciente específica. Para quem tem a pele oleosa, por exemplo, o médico vai escolher uma pílula que ajude a melhorar a pele; para quem tem fluxo muito aumentado, vai indicar uma que diminua o fluxo; e assim por diante", explica.

Na hora de comprar a pílula receitada pelo médico, nada de escolher uma versão genérica ou similar. Embora alguns farmacêuticos digam que genéricos ou similares possuem a mesma função do remédio indicado na receita, o médico diz que é preciso atenção, pois nem sempre a composição é exatamente a mesma e os resultados podem ficar prejudicados.

Efeitos colaterais da pílula

Um dos maiores riscos das pílulas anticoncepcionais é o aumento nas chances de desenvolver trombose ou outras doenças. Mas isso irá depender do perfil da mulher. "Todas as pílulas, independente do fabricante, podem aumentar o risco de trombose, especialmente quando a mulher é obesa, tem histórico familiar ou é fumante. Vale lembrar que também existe risco de trombose para quem engravida ou anda de avião por longos períodos", alerta.

Para mulheres com doenças hepáticas, antecedentes de trombose, câncer de mama, câncer de útero e câncer de ovário, a pílula não é recomendada. Já nos problemas de circulação, o médico diz que é necessária uma avaliação individual. Nesses casos, normalmente os médicos recomendam as pílulas de baixa dosagem, que contêm menos hormônios e têm menos efeitos sobre a circulação.

Ele descarta também qualquer relação do uso contínuo da pílula com o câncer. "Pelo contrário, a pílula protege a mulher contra o câncer do ovário e câncer de endométrio", diz. Ao tomar a pílula, a mulher fica protegida também contra o aparecimento de miomas, endometriose, pólipos, cistos no ovário, alguns tipos de infecção e alterações benignas das mamas.

Pílula causa infertilidade?

Uma das principais dúvidas sobre a pílula é em relação à infertilidade que poderia ser causada devido ao uso contínuo por muito tempo. O médico esclarece que isso não passa de um mito e que a pílula preserva a fertilidade da mulher. "A mesma pílula pode ser tomada por muito tempo sem perder o efeito. Quanto mais tempo a mulher tomar a pílula, maior o efeito contraceptivo", afirma.

Outra dúvida comum é sobre os riscos de engravidar no período da troca de pílulas, o que o médico diz não ser possível. "Se o anticoncepcional for trocado sem interromper sua orientação de uso, não tem risco nenhum", diz.

Como tomar pílula

A melhor hora para tomar a pílula é à noite, pois é mais difícil de esquecer e, quando o organismo da mulher absorver o conteúdo hormonal, já estará dormindo e, portanto, terá menos chances de efeito colateral. E o recomendável é tomar sempre no mesmo horário. "A quantidade de hormônio existente nos anticoncepcionais modernos é muito pequena e, se começar a variar o horário de tomar a pílula, além de ser mais fácil de esquecer, pode alterar também a quantidade de hormônio que vai inibir a formação de um folículo, interferindo, assim, na sua eficácia", finaliza.

Fonte: com informações do BOLSA DE MULHER

Instagram

Comentários

Trabalhe Conosco