Rodrigo Janot teme atentado -

Segurança para proteger procurador conta com avião e atirador de elite

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, chegou nesta sexta-feira por volta do meio-dia a Uberlândia, no Triângulo Mineiro, para acompanhar o ato de repúdio ao atentado contra o promotor de justiça Marcus Vinícius Ribeiro Cunha, atingido nas costas por três tiros no último dia 21. Ele chegou sob forte aparato de segurança montado pela Polícia Militar. Cerca de 80 homens fazem neste momento a segurança do procurador no entorno da sub-sede da OAB, onde ocorre o ato. No efetivo policial, há ainda um helicóptero e agrupamentos especiais, com atiradores de elite posicionados nos edifícios próximos.

Durante entrevista coletiva, Janot admitiu que conversou com o ministro da Justiça José Eduardo Cardozo sobre a sua segurança e que se deslocou até o município mineiro em um avião da FAB, cedido pelo ministro. Ele chefia a força-tarefa de procuradores que investigam o esquema criminoso na Petrobras.

— Eu não sou uma pessoa assombrada, mas alguns fatos concretos têm me levado a adotar algumas regras de contenção — disse, complementando que sua residência em Brasília sofreu um arrombamento no mês passado, no qual foi levado somente o controle do portão principal de sua casa.

AMEAÇAS
Cardozo alertou Janot que a inteligência do governo detectou um aumento do risco contra ele e sugeriu que sua segurança fosse reforçada. Sem detalhar as ameaças, Cardozo afirmou que há "radicais se avolumando em vários segmentos".

Janot, no entanto, não seria o único a correr riscos. Outras autoridades federais também seriam alvos e deverão ter a segurança ampliada. As ameaças estariam vinculadas às investigações da Operação Lava-Jato, que revelou um esquema de corrupção bilionário envolvendo empreiteiras, a Petrobras, ex-funcionários da estatal e partidos políticos.

Janot vai apresentar na próxima terça ou quarta-feira os pedidos de abertura de inquérito contra políticos ou de arquivamento relacionados às autoridades supostamente beneficiárias dos desvios da Petrobras.

A Procuradoria Geral da República (PGR) deve pedir a quebra do sigilo bancário de parte dos políticos investigados na Operação Lava-Jato, no momento das solicitações de abertura de inquéritos pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Outras duas diligências serão comuns nos pedidos da PGR: o depoimento de testemunhas e o compartilhamento de provas produzidas na primeira instância.

Uma força-tarefa com representantes do Ministério Público, Polícia Civil e Polícia Militar foi criada para investigar o atentado sofrido pelo promotor de Justiça, no município de Monte Carmelo, na região do Alto Paranaíba, na noite de sábado passado. Um ex-vereador da cidade mineira e o filho dele foram detidos no domingo suspeitos de participação no crime. O promotor, que chegou a passar por cirurgia, recebeu alta nesta quinta-feira, no Hospital Santa Clara, em Uberlândia, após a remoção de um dreno no tórax.

Segundo a Polícia Militar, Juliano Aparecido de Oliveira, filho do vereador Valdelei José de Oliveira, confessou ter sido o autor dos disparos. O promotor Marcus Vinícius Ribeiro Cunha foi atingido por três tiros quando saía da Promotoria de Justiça de Monte Carmelo. Câmeras de segurança na região flagraram a ação e ajudaram nas investigações.

Cunha foi autor de uma ação que investigava um esquema de fraude em licitações em Monte Carmelo. Denominada Feliz Ano Novo, a operação foi realizada em 2013 e culminou na cassação de Valdelei, então presidente da Câmara Municipal da cidade. Marcus Vinícius prestou depoimento sobre o atentado na manhã desta sexta-feira e não participa do ato marcado na OAB de Uberlândia, segundo o jornal Correio de Uberlândia.

Fonte: Com informações do O Globo

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