Julgou ser desnecessário -

Rodrigo recusa passagem à esposa, mas não dispensa reajuste de verba

O deputado federal Rodrigo Martins (PSB) parece, em pouco tempo, já aprendeu como os grandes em Brasília procedem para passar à opinião pública ser alguém comedido e zeloso com o dinheiro público, embora não sejam. Ele apressou-se esta semana a ‘recusar’ passagens pagas pela Câmara para sua esposa.

E correu ao Facebook. Dedilhando, escreveu: “A Câmara vai pagar passagens aéreas de esposas dos deputados federais que se deslocarem entre Brasília e seu Estado de origem a partir de abril. Recusei o benefício por julgar ser desnecessário o custeio desse tipo de despesa com o dinheiro público”.

VAMOS AGORA AO MUNDO REAL SEM AS MEIAS VERDADES
O jovem parlamentar ‘esqueceu’, no entanto, de esclarecer vários aspectos neste caso. A Câmara simplesmente só autorizou o uso da verba aérea para comprar passagens de esposas. A cota continua lá e até vai ser aumentada. O aumento ele não recusou.

Portanto, o que a Mesa Diretora da Casa fez foi autorizar o uso dessa verba para comprar passagens para as mulheres dos parlamentares. Ocorre, porém, que raramente uma mulher de deputado vai a Brasília. Quando muito, algumas, para realizarem compras.

Principalmente as dos deputados TQQ’s, que são os conhecidíssimos parlamentares que só aparecem na Câmara às Terças, Quartas e Quintas-Feiras. Hoje, sexta-feira, às 11 horas, os telefones do gabinete de Rodrigo Martins não atendiam. E olhe que já foram nomeados 10 servidores. Quem no país recebe salário mínimo que não está trabalhando esta hora?

Ainda no tocante às passagens para a esposa, só com as milhas acumuladas indo e voltando de Brasília toda semana, Martins compra essas passagens.

POR QUE NÃO RECUSOU O AUMENTO DA VERBA DE GABINETE?
O deputado Rodrigo Martins, no entanto, não fez referência em seu poste no Facebook sobre o aumento desnecessário de mais R$ 14 mil para contratar servidores sem vínculo com a Casa e que muitas vezes sequer pisam na Câmara. Alguns até recebem o dinheiro e devolvem aos parlamentares. São os chamados ‘laranjas’.

A verba indenizatória vai aumentar de R$ 78 mil para R$ 92 mil. O parlamentar já está sabendo desse aumento aprovado pela Mesa, mas, olhem só, nem tocou no assunto. Para quê? Ao povo só o que os políticos querem que saibam. Ou seja, aquilo que para a classe não lhes é desfavorável.

OS AUMENTOS QUE RODRIGO MARTINS NÃO VAI RECUSAR
O Auxílio-Moradia vai aumentar de R$ 3,8 mil para R$ 4,2 mil. E a verba de gabinete saltará a olhos vistos de R$ 78 mil para R$ 98 mil. Sem falar que o cotão para gastos com escritório no estado, aluguel, passagens aéreas e outras rubricas mais passará de R$ 27,9 mil para R$ 30,2.

Isso referente à bancada de Brasília, que recebe o menor valor de todos, por já estar na capital do País, o Distrito Federal. A do Piauí chegará a próximo de R$ 45 mil.

Por que não recusar esses mimos também, deputado?

SÃO PARENTES?
A propósito, Diana Ramos Martins e Maria Lúcia Martins Pires estão lotadas no gabinete do parlamentar. Mas elas não foram encontradas.

São parentes?

Fonte: None

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