Robert quer criar a CPI da 'Máfia dos Cartórios' e pede apoio a deputados

O deputado estadual Robert Rios (PDT) surpreendeu os presentes na Assembleia Legislativa do Piauí ao tocar no assunto ‘Máfia dos Cartórios’. Foi perceptível o espanto de alguns parlamentares e o alvoroço de jornalistas na última fala da sessão desta terça-feira (20/10). Em alto e bom tom de costume, o ex-secretário de Segurança pediu apoio aos colegas para criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar denuncias que vem recebendo e a existência de uma ‘caixinha’ onde 'altas autoridades’ do estado são beneficiadas.

“Criou-se a associação dos cartórios, onde foi feito uma ‘caixinha’ em alguns estados poderosos como São Paulo, como Rio, e pequenos. Aqui no Piauí seriam milhões, entre as mais altas autoridades desses estado. Esse estado do Piauí estaria sendo beneficiado com a caixinha da máfia dos cartórios”, disse o deputado.

O 180 já fez diversas matérias sobre o assunto, cujo principal problema é a péssima prestação dos serviços cartorários. As titularidades, que são concessões públicas, viraram verdadeiras capitanias hereditárias, cuja titularidade passa de pai para filho, num negócio que movimenta milhões mensalmente. Apenas o Cartório Naila Bucar, teve receita de mais de R$ 12 milhões só no ano de 2013. As receitas dos cartório são de fazer inveja a muitos empresários do estado e no Piauí, os valores superam grandes cartórios do Maranhão e até o distrito Federal.

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QUEM RECEBE DA ‘CAIXINHA’?
Sem citar nomes, Robert explicou como funciona o esquema no estado. “Tem gente que nem estudou para ser dono de cartório, é até analfabeto. Eles criaram um mecanismo, um atalho, que os cartórios que têm uma ação judicial, só podem ser feito concurso daquele cartório, quando houver a solução definitiva, e essas ações não são julgada. Agora vem denúncia que existe uma caixinha que as pessoas são alimentadas por esta caixinha.Enquanto isso essa pouca vergonha vai se demorando no Piauí”, afirmou.

DINHEIRO DA MÁFIA
O discurso do deputado foi direto. “Eu até entendo que no meio dos cartórios tenha marginal, mas não entendo, que autoridades públicas, homens que o povo do Piauí constituiu o poder, possam ‘lamear’ as suas mãos pegando o dinheiro dessa máfia”, afirmou na tribuna da Assembleia.

O CONCURSO QUE NUNCA SAI
O ultimo concurso dos cartórios já tem durado anos e até agora não há previsão de resultado, mas segundo o deputado, desde 1988 se fala em concurso dos cartórios no Piauí. “Cartório é uma serventia pública, ali é um servidor público, tem que ser feito concurso. Mas aqui é uma capitania hereditária, que passa de pai para filho. As pessoas que os pais têm cartório, sabiam que iam herdar e nem estudaram. Isso vem do tempo da ditadura e não foi exterminado. Precisamos obrigar que todas as ações na justiça sejam julgadas o quanto antes para que hajam concursos. Só fizeram concurso em cartório de ‘zé mané’, dos espertos nenhum foi feito”, explica.

ROBERT PRECISA DE ASSINATURAS PARA ABRIR CPI
Para dar início aos trabalhos de apuração da ‘Máfia dos Cartórios’ no estado, o deputado Robert Rios precisa de pelo menos 10 assinaturas dos seus colegas parlamentares. “Eu estou aqui, pedindo aos meus pares, aos meus colegas, aqueles que querem ver o Piauí limpo, que assinem a CPI que eu vou propor para apurar as máfias dos cartórios no estado. É uma máfia criminosa, que arrecada dinheiro e divide com autoridades. É o momento dessa Casa passar essa pouca vergonha a limpo”, disse.

DR. PESSOA DIZ QUE VAI ASSINAR
O deputado estadual Dr. Pessoa (PSD), em aparte, parabenizou Robert por levar o assunto à Assembleia e disse que quer ser o segundo a assinar, para que a CPI seja criada. “Eu parabenizo a vossa excelência e peço que seja o segundo a assinar esta CPI, eu gostaria do espaço e que fosse eu o segundo que assinasse”, disse.

QUEM MAIS VAI ASSINAR PARA CRIAR A CPI?
“Eu preciso de 10 assinaturas para constituir uma CPI e sempre que chego na nona empanco. Até alguns deputados do PT prometeram que assinariam, vamos ver se assinam”, diz. Dos 30 deputados eleitos pelo povo na Assembleia Legislativa, quem mais vai assinar?

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