Casa vai aprofundar debate -

Renan afirma que reforma política não pode colocar a Câmara contra Senado

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou nesta quarta-feira (24) que a reforma política, que já está sendo votada na Câmara dos Deputados e que deve ter a discussão iniciada no Senado, não pode colocar uma Casa contra a outra, "em nenhuma hipótese".

Na última quarta-feira (17), a Câmara concluiu a votação em primeiro turno da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da reforma política que começou a ser analisada pelo plenário da Casa no final de maio. Por ser uma PEC, é necessário votação em segundo turno, que deverá ocorrer na primeira semana de julho. Os parlamentares aprovaram 11 modificações à legislação atual, entre os quais o fim da reeleição e mandato de cinco anos para todos os cargos eletivos.

No Senado, foi instalada nesta terça (23) uma comissão especial para discutir as matérias votadas na Câmara e aprofundar o debate sobre a reforma. No Senado, a comissão especial contará com 29 senadores e, segundo o relator, senador Romero Jucá (PMDB-RR), iniciará os trabalhos na próxima terça (30).

Também nesta terça, Renan e os membros da comissão da reforma no Senado, além do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do relator do texto naquela Casa, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), se reuniram com os ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Luiz Fux, Gilmar Mendes e com o presidente da Corte, ministro Dias Tóffoli. Na reunião, segundo Renan, os presentes discutiram sobre se a melhor forma de aprovar cada matéria relacionada à reforma seria por meio de emendas à Constituição ou por projetos de lei.

"O esforço que estamos fazendo é para que, em nenhuma hipótese, seja uma reforma de uma Casa contra a outra Casa. Para que possa ser chamada de reforma, ela precisa caminhar nas duas Casas, mesmo que esse encaminhamento seja simultâneo", disse Renan.

"Como o Senado é uma Casa complementar em relação à Câmara e vice-versa, cabe ao Senado avançar, aprofundar a reforma política. [...] nós queremos que, na medida que a reforma avance no Senado, recriemos uma oportunidade para fazer uma revisão na Câmara", complementou o peemedebista.

Renan, então, foi questionado sobre se a reforma aprovada até o momento na Câmara foi "tímida" e sobre se a tendência é que as matérias sofram alterações no Senado.

"Acho [que o trabalho da Câmara] foi bom, as coisas estão evoluindo, estamos focados, todos os partidos, e achamos que dá para entregar a reforma política", respondeu.

"O Senado vai fazer sua reforma política e vai, com isso, tentar criar condições para que a Câmara faça uma revisão daquilo que a Câmara já observou. Não sei se vamos conseguir", ponderou o senador.

Custo de campanha
Durante a entrevista no Salão Azul do Senado, Renan Calheiros também afirmou aos jornalistas que o Senado irá priorizar, dentro da reforma, a redução dos custos de campanha. Ele chamou de "zona cinzenta" a relação entre os interesses público e privado.

Nesta terça, Romero Jucá já havia defendido a redução dos gastos com as campanhas eleitorais. "Não adianta só discutir financiamento de campanha se a gente não discutir o tamanho da campanha e o custo dessa campanha", disse na ocasião.

"Eu defendo que o financiamento se faça sob regras de absoluta transparência, que nós possamos atacar as causas das impropriedades. As campanhas precisam ter um teto e nós precisamos estabelecer um sub-teto. A empresa só pode doar até um percentual do custo total da campanha porque, se não, você fica com um candidato tutelado pelo doador", defendeu Renan.

Fonte: Com informações do G1

Comentários

Trabalhe Conosco