Após conversa com traficantes -

MP Eleitoral pede que PF apure compra de votos no AM

O Ministério Público Eleitoral do Amazonas requisitou à Polícia Federal a instauração de inquérito policial para apurar crime de compra de votos, baseado na gravação obtida pelo site de VEJA que revela o encontro de autoridades do governo estadual – comandado pelo candidato à reeleição José Melo (PROS) – com traficantes dentro do Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj). Na reunião, ocorrida dentro da sala do diretor da unidade, o então subsecretário de Justiça e Direitos Humanos, Carliomar Mendes Brandão, conversa com vários presos, entre eles um dos líderes da facção Família do Norte, o traficante José Roberto Fernandes Barbosa, conhecido como Zé Roberto.

"A nossa preocupação é que se apure a fundo, porque há indícios do uso da máquina pública, da força da segurança e da penitenciária com o objetivo de se obter favores eleitorais", disse um dos procuradores eleitorais que assinaram a requisição, Jorge Luiz Ribeiro de Medeiros.

Os áudios obtidos por VEJA não deixam dúvida do acordo firmado entre as partes. "Vamos apoiar o Melo, entendeu? A cadeia...vamos votar minha família toda, lá da rua, entendeu? Não tem nada não, a gente não conhece o Melo (..), a gente quer dar um alô, que ele não venha prejudicar nós. E nem mexer com nós", diz o criminoso.

A resposta do major Carliomar, que se apresenta como emissário do governo, é direta: "Não, ele não vai, não", promete, para depois transmitir o recado: "A mensagem que ele mandou para vocês, agradeceu o apoio e que ninguém vai mexer com vocês, não", afirma, textualmente.

A versão do major Carliomar é a de que esteve no presídio para evitar um suposto banho de sangue. Mesmo assim, Zé Roberto e seus comparsas não foram transferidos para presídios federais, como sempre acontece nesses casos. Pior. A versão ficou tão mal contada que o próprio governador José Melo o exonerou. Afinal, as palavras do traficante eram claras:

"Eu acho que de voto ele vai ter de nós mais de 100.000 votos. Você imagina cada preso que tem família lá, se a gente der uma ordem eles vão cumprir. Não é igual aqueles caras que se der 100 reais que diz que vai votar e não vota. O nosso vai votar no Melo porque nós mandemos (sic)", prometeu Zé Roberto.

Fonte: Com informações da Veja

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