Desconversou ao responder -

'Menos, menos', diz Cunha sobre possibilidade de concorrer ao Planalto

O presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), desconversou neste sábado (2/05) sobre a possibilidade de se tornar candidato à Presidência da República no futuro. O peemedebista participa de um encontro com representantes do setor do agronegócio em Uberaba (MG).

Cunha chegou ao local acompanhado do presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, deputado federal Marcos Montes (PSD/MG). Montes foi indagado por um jornalista sobre a possibilidade de um dia Eduardo Cunha ser presidente da República.

"Marcos Montes, quando eu vejo o Eduardo Cunha falar, parece que vejo: 'será que vou ver esse homem presidente da República lá na frente'?", questionou um repórter. Antes de o deputado responder, Cunha intercedeu e respondeu em tom de brincadeira: "menos, menos."

A candidatura de Cunha à presidência da Câmara desagradou ao Palácio do Planalto, já que o peemedebista assumiu, nos últimos anos, uma postura mais independente mesmo pertencendo ao partido do vice-presidente da República, Michel Temer.

Antes de ser eleito presidente da Casa, Cunha chegou a liderar rebeliões da base aliada e impôs diversas derrotas ao governo em votações na Câmara. Além disso, ao concorrer ao posto, o deputado entrou em rota de colisão com o PT, que defendia que o comando da Casa ficasse com os petistas, já que a legenda tinha a maior bancada eleita (70 deputados, ante 66 do PMDB).

Eleito em primeiro turno presidente da Câmara em 1º de fevereiro deste ano, Cunha derrotou na eleição o candidato do PT, deputado Arlindo Chinaglia (SP). Desde que assumiu a presidência da Casa, o peemedebista tem colocado projetos que desagradam ao governo em votação, impondo derrotas importantes ao Palácio do Planalto na Casa.

Desde que assumiu a cadeira, Cunha permitiu a criação de uma nova CPI para investigar desvios de recursos na Petrobras mesmo após apelos de lideranças do governo para tentar barrar a comissão. O colegiado é comandado por um deputado do PMDB, Hugo Motta (PB), e tem como vice-presidente um tucano, o deputado Antônio Imbassahy (BA).

O peemedebista também colocou em votação e articulou a aprovação do projeto que regulamenta a terceirização com a permissão para que todas as atividades possam ser terceirizadas nas empresas.

Também ocorreu, durante a gestão de Cunha, a demissão do então ministro da Educação Cid Gomes, que pediu para deixar a pasta após discutir com deputados na Câmara. Na ocasião, houve bate-boca entre eles, com acusações de Gomes contra Cunha, que anunciou que moveria ações judiciais contra o então ministro. A demissão de Gomes foi anunciada em primeira mão pelo presidente da Câmara em plenário após a discussão.

Antes mesmo de ser eleito, Cunha já havia mandado recado direto ao governo ao anunciar, em janeiro, que o PMDB não se submeteria à liderança do deputado Henrique Fontana (PT-RS), então líder do governo. Pouco tempo depois, Fontana deu lugar a José Guimarães (CE) no posto.

Na última terça, 28 de abril, o jornal "O Globo" publicou reportagem na qual o parlamentar ironiza a atuação do PT na Câmara ao afirmar que "onde o PT vai, vai todo mundo contra" e que o partido só ganha votações no plenário da Câmara "quando a gente fica com pena na última hora”. A fala de Cunha foi pronunciada em jantar com a bancada do PMDB e o presidente da Câmara pediu desculpas pela declaração em sua conta no Twitter.

Fonte: Com informações do G1

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