Foi a minha maior decepção -

'Lula não vai ser mais nada', diz Pedro Simon, ex-aliado do petista

Antigo entusiasta do PT e da candidatura de Lula à Presidência da República, o ex-senador Pedro Simon (PMDB-RS) diz que o partido e o ex-presidente foram suas maiores decepções na política.
“Quando houve a primeira denúncia no caso dos Correios, eu subi à tribuna e disse que o Lula iria demitir os envolvidos. Mas ele não demitiu, nem deixou que criássemos a CPI. Precisamos do STF para criá-la. Hoje, o Lula não pode mais dizer que não sabia, porque está tão provado, está tão certo, que o melhor é ele ficar quieto. Certamente, Lula ficará marcado como uns dos homens públicos que levou à ruína do país”, declarou Simon à revista IstoÉ. “Ele não vai ser mais nada, as pessoas estão muito esclarecidas agora. O PT vai pagar suas contas e o Lula deixará a cúpula do partido”, acrescentou.

Aposentado da atividade parlamentar desde janeiro de 2015, Simon percorre o país fazendo palestras para estudantes, movimentos sociais e políticos e falando de seus mais de 50 anos dedicados à vida pública. “O PT foi, na história do Brasil, a maior decepção e a maior paulada que levamos na vida. Foi nossa maior esperança e nossa maior expectativa, que se contrabalanceou com a maior traição que tivemos.”

Para o ex-senador, as investigações da Operação Lava Jato serão responsáveis por uma verdadeira transformação na ordem política brasileira. “O Judiciário brasileiro nunca existiu, só existia para ladrão de galinha. Hoje, ele mudou. Com o Sérgio Moro as coisas vão aparecer. Vai ficar provado que o maior escândalo criminoso do século foi feito no Brasil e, pode ter várias origens, mas teve seu apogeu no governo Lula”, disse. “Eu rezo todas as noites pelo Sério Moro e pelo Papa Francisco. Tenho muito medo que aconteça alguma coisa com eles, porque são duas pessoas muito boas e que estão fazendo coisas extremamente relevantes”, complementou.

Um dos principais nomes da CPI que levou ao impeachment do ex-presidente Fernando Collor, em 1992, Pedro Simon avalia que o pedido de afastamento da presidente Dilma foi feito de maneira precipitada. “Na época (do Collor), nos reunimos em meu gabinete para criar uma CPI a partir das denúncias do irmão dele, o Pedro Collor, sobre o PC Farias. Ou seja, primeiro os fatos contra ele apareceram – e, sinceramente, nem eram tão graves quanto os que há hoje contra o Lula e a presidente. Mas dessa vez foi o contrário, foi antes do tempo, criaram a CPI para buscar os fatos. Eu confio muito mais no Supremo. Ele sim vai apurar dados graves contra o Lula e a Dilma”, avaliou.

Fonte: Com informações do Congresso em Foco

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