Maior ação contra corrupção -

Lava Jato completa 500 dias com 96 prisões e R$ 2,4 bilhões bloqueados

A Operação Lava Jato, que começou com a investigação de um grupo de doleiros e hoje se configura com a maior ação contra corrupção e lavagem de dinheiro realizada no Brasil, completa nesta quinta-feira (30) 500 dias. O nome Lava Jato faz menção a um posto de gasolina de Brasília que lavava dinheiro, onde iniciaram as investigações.

Agora, fase após fase, prisão após prisão, procuradores do Ministério Público Federal (MPF) e delegados da Polícia Federal (PF) consideram que a corrupção no país está em metástase – em analogia ao termo da medicina que significa disseminação de câncer para outros órgãos.

"A corrupção no Brasil é endêmica e está em processo de metástase", afirmou Athayde Ribeiro Costa, procurador do Ministério Público Federal.
Dentro das 16 etapas da operação, foram verificadas irregularidades na Caixa Econômica Federal, no Ministério da Saúde, na Eletronuclear, subsidiária da Eletrobrás que atua no segmento de energia nuclear, e, principalmente, na Petrobras.

Os números justificam a repercussão da Operação Lava Jato. Nestes 500 dias, foram 48 prisões preventivas, 46 prisões temporárias, 138 pessoas denunciadas, 30 condenadas, R$ 870 milhões recuperados e outros R$ 2,4 bilhões bloqueados em contas bancárias nacionais e estrangeiras.

Os dados são do Ministério Público Federal, que também informou ter solicitado na Justiça que os denunciados paguem R$ 6,7 bilhões em multas e ressarcimentos.

Se o esquema de corrupção parece grande, ele pode ganhar dimensões ainda maiores. A estimativa da força-tarefa da Operação Lava Jato, formada por integrantes do MPF e da PF, é de que as investigações rendam, pelo menos, mais dois anos de trabalho.

A Operação Lava Jato está sediada na 13ª Vara Federal Criminal, em Curitiba, porque, de acordo com o MPF, os primeiros fatos investigados envolviam lavagem de dinheiro praticada, entre outras pessoas, pelo doleiro Alberto Youssef, em Londrina, no norte do Paraná.

Com o desdobramento das investigações, descobriram-se centenas de crimes praticados no Paraná, São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro e Pernambuco.

Os crimes mais graves, contudo, ocorreram no Paraná. Há ainda, segundo os procuradores, provas concretas de corrupção envolvendo propinas de dezenas de milhões de reais pagas em obras da refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), localizada em Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba.

A 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba é especializada em crimes financeiros de lavagem de ativos, e o juiz Sérgio Moro é o responsável pela condução das ações penais.

Fonte: com informações do G1

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