Pagou R$ 1,4 mi à consultoria -

Juiz indefere pedido de Dirceu para ter acesso à delação de empresário

O juiz federal Sergio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato na primeira instância, indeferiu o pedido feito pela defesa do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu para ter acesso ao conteúdo da delação premiada do empresário Milton Pascowtich, preso na 13ª fase da operação, em maio deste ano.

O acordo foi homologado pela Justiça Federal no dia 29 de junho. No mesmo dia, ele foi solto para cumprir prisão domiciliar, sendo monitorado por uma tornozeleira. Até então, Pascowtich estava detido na carceragem da Polícia Federal, em Curitiba.

Pascowitch é suspeito de ser um dos operadores de pagamento de propina em contratos fraudulentos entre empreiteiras e a Petrobras.

De acordo com Moro, os termos e depoimentos prestados pelo suposto operador ainda estão sob sigilo, que é "indispensável no momento para a eficácia das diligências investigativas em curso a partir dele."

A decisão do juiz é de sexta-feira (3), mas ela só foi divulgada nesta segunda (6).
Quando o acordo de delação premiada foi homologado, o advogado Theodomiro Dias, que representa Pascowtich, disse que não iria manifestar sobre a delação do cliente e nem sobre a prisão domiciliar.

Até a publicação desta reportagem, a defesa de Dirceu ainda não havia sido localizada.
Na semana passada, os advogados do ex-ministro também pediram ao Supremo Tribunal Federal (STF) acesso aos depoimentos dados pelo empreiteiro Ricardo Pessoa em seu acordo de delação premiada.

Elo entre a Petrobras e o PT
Segundo as investigações, Pascowitch atuava como elo entre a diretoria de Serviços da Petrobras e o Partido dos Trabalhadores (PT). O contato era feito por meio da JD Consultoria, de propriedade do ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, conforme a Polícia Federal.

Pascowitch atuava junto à Engevix, empreiteira com contratos com a estatal e que é acusada de pagar propinas a diretores.

Por meio de empresa própria, o empresário pagou R$ 1,4 milhão à consultoria de Dirceu, que nega irregularidades. Segundo o delegado Igor Romário de Paula, os pagamentos foram feitos entre 2011 e 2012.

Milton Pascowitch fez o repasse por meio da Jamp Engenheiros Associados LTDA. De acordo com o ex-gerente de Serviços da Petrobras Pedro Barusco, a Jamp era responsável por repassar propina paga pela construtora Engevix.

O vice-presidente da Engevix, Gerson Almada, que também cumpre prisão em regime domiciliar, afirmou em depoimento que, além de pedir doação de campanha para o PT, Milton Pascowitch intermediou o pagamento de propina da Engevix com a diretoria de Serviços da Petrobras, que era ocupada por Renato Duque. O ex-diretor está preso no Complexo Médico-Penal, em Pinhais, no Paraná.

Fonte: Com informações do G1

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