Acompanha futuros depoimentos -

Eduardo Cunha quer Teori Zavascki presente em depoimentos de delator

Advogados que defendem o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) pediram nesta segunda-feira (25) que o ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, acompanhe futuros depoimentos do empresário Julio Camargo nas investigações da Operação Lava Jato.

A defesa do deputado aponta uma suposta pressão por parte do Ministério Público para que Camargo, que é um dos delatores do esquema de corrupção na Petrobras, confirme suspeitas sobre o peemedebista.

No pedido feito ao STF, dirigido ao próprio Teori Zavascki, a defesa pede permissão para acompanhar também os futuros depoimentos de Camargo, além de obter todos os depoimentos já prestados pelo empresário.

Na peça, a defesa de Cunha diz que os procuradores que investigam o caso têm ameaçado anular o acordo de colaboração premiada de Camargo caso ele não corrobore a versão apresentada pelo doleiro Alberto Youssef sobre a suposta participação do deputado no esquema de corrupção da Petrobras.

Em sua delação premiada, Youssef relatou que Cunha estaria por trás de requerimentos apresentados na Câmara, em 2011, para pedir explicações da empresa Mitsui, que tinha Camargo como representante, em contratos com a Petrobras. O objetivo seria pressionar o empresário a retomar o repasse de propinas ao PMDB.

Para justificar o pedido para que Teori Zavascki acompanhe os depoimentos de Júlio Camargo, a defesa de Cunha diz que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, "lançou-se em verdadeira cruzada para tentar confirmar, de toda forma, a sua linha de investigação".

A defesa diz ainda haver "uma verdadeira ofensiva, com direito a ameaças nem um pouco veladas, para que o senhor Julio Camargo desdiga tudo aquilo que já afirmou inúmeras vezes, inclusive em juízo, e confirme as afirmações de Alberto Youssef".

O principal advogado de Cunha no caso e que também assina a peça é Antonio Fernando de Souza, que já ocupou o cargo de procurador-geral da República.

Os advogados de Cunha mencionam ainda reuniões do MP com Júlio Camargo, "algumas, ao que parece, secretas", segundo a peça, em que ele seria "insistentemente questionado" sobre fatos relacionados ao deputado. "Apesar de já ter reiterado inúmeras vezes as suas declarações [de Julio Camargo], ao que parece o teor delas não está satisfazendo aos interesses daqueles que conduzem as investigações", diz o pedido.

"Não se está aqui a querer pautar as declarações de testemunhas ou delatores. O que não se admite é que se utilizem indevidos e ilegais instrumentos de coação, especialmente em face de pessoas que estão em posição de fragilidade e quase subordinação, para produzir 'provas' inexistentes contra o peticionante", afirma ainda a petição.

Desde que virou alvo das investigações, Eduardo Cunha acusou Janot diversas vezes de atuar contra ele por razões pessoais. Janot, por sua vez, rebateu as acusações, dizendo que as investigações são impessoais e conduzidas de forma despersonalizada.

Fonte: Com informações do G1

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