Poderá pegar até 15 anos -

Delação de Mario Góes na Lava Jato prevê multa no valor de R$ 38 milhões

O empresário Mario Góes, acusado de atuar como operador no esquema de desvio de dinheiro e de corrupção na Petrobras, deverá pagar uma multa compensatória de R$ 38 milhões. Os valores foram definidos nos termos do acordo de delação premiada firmado entre o réu e o Ministério Público Federal (MPF), homologado nesta quinta-feira (30) pelo juiz Sergio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato na primeira instância.

Mario Góes é acusado de ser um dos operadores do esquema envolvendo as empresas Arxo e Andrade Gutierrez. Ele está preso no Complexo Médico-Penal, em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, mas deve ser liberado para cumprir prisão domiciliar no Rio de Janeiro.

A reclusão em casa é um dos benefícios obtidos por Góes com o acordo de colaboração. Pelos termos, ele só poderá ser condenado a, no máximo, 15 anos de reclusão nos processos penais a que ele já responde, e também em processos relacionados à Lava Jato que venham a ser instaurados no futuro.

Da pena total, Góes deverá cumprir um ano e seis meses em regime fechado diferenciado, na residência em que vive no Rio de Janeiro, sendo monitorado por tornozeleira eletrônica. Deste prazo será descontado o tempo que ele permaneceu preso preventivamente. Góes não pode deixar o local sem autorização da Justiça ou do MPF, e tampouco receber visitas - à exceção de familiares e advogados informados ao juízo.

Após o fim do regime fechado, Mario Góes deverá cumprir mais dois anos e seis meses em regime semiaberto, além de prestar 40 horas mensais de serviços à comunidade. Cumprido este prazo, haverá a progressão para o regime aberto por mais dois anos e seis meses. Neste regime, ele deverá informar à Justiça sobre viagens, atividades profissionais, além de evitar locais como boates, bares, casas de jogo e de prostituição.

Da multa de R$ 38 milhões, U$S 8,5 serão pagos imediatamente através da transferência de valores mantidos em contas bancárias de empresas de Góes no exterior. O restante deverá ser pago em até dois anos, mediante a venda de imóveis do colaborador. Ainda não há destino definido para o dinheiro, mas o acordo prevê que o MPF viabilize a transferência para a Petrobras, ou outro órgão público.

Depoimento adiado
Na tarde desta quinta, o empresário prestaria depoimento em uma audiência sobre um processo da 10ª fase da operação que envolve, entre outros réus, o ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, e o empresário acusado de ser um dos operadores do esquema de pagamento de propina Adir Assad.

Porém, devido à delação, o depoimento foi adiado para as 17h de segunda-feira (3).

No dia 17 de julho, em seu último depoimento, Góes não chegou a ser interrogado pela Justiça porque estava abalado e chorou durante a audiência.

Na quarta-feira (29), o Ministério Público Federal divulgou uma lista com os 16 acordos de delação premiada firmados até o dia 8 de julho. Entretanto, o MPF informou que, no total, são 22 acordos, mas os seis que não aparecem na lista correm em sigilo.

Os nomes dos delatores citados na lista do MPF são:
-Paulo Roberto Costa
-Shanni Azevedo Costa Bachmann
-Marici da Silva Azevedo Costa
-Marcio Lewkowicz
-Humberto Sampaio de Mesquita
-Arianna Azevedo Costa Bachmann
-Luccas Pace Júnior
-Alberto Youssef
-Julio Camargo
-Augusto Ribeiro
-Pedro Barusco
-Rafael Angulo Lopez
-Shinko Nakandakari
-Eduardo Leite
-Dalton dos Santos Avancini
-João Procópio

Outros nomes que fizeram delação mas não estão na lista do MPF são os do presidente da construtora UTC, Ricardo Pessoa, o lobista Milton Pascowitch e o empresário Júlio Faermann. Pessoa fechou acordo diretamente com a Procuradoria-Geral da República, em Brasília e, por isso, não consta na lista do MPF.

O acordo de Pascowitch foi homologado pela Justiça Federal no fim de junho. Com a delação, ele saiu da cadeia em Curitiba e voltou para casa, em São Paulo, onde cumpre domiciliar. Já Faermann fez um acordo com o MPF do Rio de Janeiro, antes mesmo de ser mencionado na Lava Jato. Não se sabe as razões pelas quais o MPF não incluiu os nomes de Pascowitch e Faermann na lista oficial.

Fonte: Com informações do G1

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