Partidos devem ficar atentos -

CPI 'bem feita' em ano eleitoral é impossível, avalia ministro Berzoini

O ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Ricardo Berzoini, responsável pela articulação política do governo federal, avalia que nenhum parlamentar "com experiência e sincero" pode julgar possível uma CPI "bem feita" a dois meses das convenções partidárias que oficializarão os candidatos à eleição de 2014.

A oposição faz duas tentativas de instalar uma comissão parlamentar de inquérito para investigar exclusivamente a Petrobras – no Senado e no Congresso (nesse caso, uma CPI mista, com participação de deputados e senadores). A base governista resiste a uma CPI exclusiva e tenta incluir no rol de denúncias a serem apuradas pela comissão obras em estados governados pela oposição, como São Paulo e Pernambuco.

“O ímpeto pela CPI é o ímpeto político-eleitoral. Não há qualquer parlamentar com experiência e que seja sincero neste momento que possa avaliar que é possível fazer uma CPI bem feita praticamente a dois meses de começar o processo de convenções partidárias. Necessariamente, isso vai ter uma conotação eleitoral”, afirmou nesta quinta (16).

Para o ministro, que tomou posse há pouco mais de duas semanas, a intenção de se investigar a Petrobras por meio de uma comissão parlamentar de inquérito revela uma "debilidade programática" da oposição. Berzoini argumenta que uma CPI não terá "utilidade para o país" neste momento porque a compra da refinaria de Pasadena pela Petrobras, operação suspeita de superfaturamento, já está sendo investigada por outras instâncias, como o Tribunal de Contas da União (TCU) e a Polícia Federal.

“Agora, a oposição, até em razão da sua debilidade programática, tem que botar um fato político na frente para poder esconder essa falta de propostas para o país que particularmente eu identifico nos dois candidatos que estão se apresentando como alternativa”, criticou.

Indagado sobre se a CPI ampliada proposta pela base do governo seria somente uma forma de retaliação contra os oposicionistas já que ele próprio não vê "utilidade" na investigação pelo Congresso, o ministro disse que trata-se de uma forma de fazer “debate político”.

“Quando você tem uma proposta de CPI e usa isso daí como bandeira para tentar desgastar o governo que tem conduzido os negócios da Petrobras com zelo e competência, obviamente nós podemos lembrar que, se for para fazer investigação política, há outros casos que merecem investigação política”, enfatizou.

Na entrevista, Ricardo Berzoini também falou da tendência de queda da aprovação do governo, das pressões de setores do PT pela substituição da candidatura da presidente Dilma Rousseff pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da tensão nas relações entre o Palácio do Planalto e o Congresso.

Fonte: Com informações do G1

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