Ideia é chegar até Dilma -

'Brigada Anti-PT': Principais cargos da CPI da Petrobrás são ocupados pela oposição

Na CPI da Petrobras, os tucanos e a ala rebelde do PMDB lutam para que a Comissão centre seu foco no PT e – especialmente – na presidente Dilma Rousseff. Os principais cargos na CPI foram ocupados por oposicionistas.

O presidente é o deputado Hugo Motta, do PMDB, afilhado político do presidente da Câmara, Eduardo Cunha. O vice-presidente é o tucano Antônio Imbassahy, um dos principais líderes da oposição (oficialmente, os tucanos trabalham contra o impeachment e pela “legalidade”. Na prática, querem ver sangue).

Maioria na liderança da Comissão, a brigada anti-PT armou uma estratégia, inspirada no nome de uma bandeira de cartão de crédito (“Ver a Dilma sangrar não tem preço”, diz um dos integrantes do grupo).

A ideia é concentrar os depoimentos em três personagens ligados ao PT: Renato Duque, ex-diretor da Área de Serviços da Petrobras, indicado pelo ex-ministro José Dirceu; João Vaccari, tesoureiro do partido, não se sabe até quando; e Ricardo Pessôa, presidente da construtora UTC, apontado em delações premiadas como coordenador de um “clube da propina”.

Duque já depôs. Ou melhor, ficou calado. Para forçá-lo a falar, dois integrantes da brigada anti-PT apresentaram requerimentos no dia 19 de março para ouvir a mulher de Duque, Maria Auxiliadora Tibúrcio.

A ideia é pressionar Duque a assinar a delação premiada. A convocação de Vaccari foi aprovada na semana passada, junto com a de Luciano Coutinho, presidente do BNDES, e mais 14 pessoas, sendo a maioria ligada ao governo. Denunciado pelo Ministério Público Federal por corrupção e lavagem de dinheiro, Vaccari será submetido a uma longa sabatina.

“Nosso objetivo é mirar no Vaccari para acertar na Dilma”, diz um parlamentar. Quando a convocação de Vaccari foi aprovada, alguns deputados ligados ao PT tentaram chamar os tesoureiros de todos os partidos. Não conseguiram. Os petistas também queriam ampliar a investigação para governos anteriores. Também foram derrotados – a CPI se debruçará apenas sobre fatos ocorridos entre 2005 e 2015.

Na guerra em que a CPI se transformou, os dois lados concordam em apenas dois pontos. Um é a preservação das grandes empreiteiras. Até agora, nenhum executivo das companhias responsáveis pelas maiores obras do país – e notórios financiadores das campanhas eleitorais – foi convocado na CPI da Petrobras.

No Congresso, é consenso que quem “tocar nesse fio desencapado poderá ser eletrocutado”. Há também um acordo para não convocar os parlamentares relacionados na lista do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviada ao Supremo Tribunal Federal no início de março.

Fonte: Com informações da Epoca.com

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