Preso na Lava Jato -

Avancini tem delação homologada e irá cumprir prisão domiciliar

Dalton Avancini, presidente da Camargo Corrêa, que estava detido na carceragem da Polícia Federal (PF), em Curitiba, vai cumprir prisão dimiciliar a partir desta segunda-feira (30/03).

O benefício foi obtido após um acordo de delação premiada, que foi aprovado e homologado pelo juiz federal Sérgio Moro, responsável pelas investigações da Lava Jato em primeira instância. Dalton Avancini é investigado da Operação Lava Jato e foi preso em novembro de 2014.

O executivo saiu da PF por volta das 10h30 e foi levado para a sede da Justiça Federal sob escolta policial.

“Ele contribuiu com as investigações, disse tudo que sabia, tudo que conhecia (...). Os termos do acordo a gente não pode adiantar, dado o caráter sigiloso do acordo, mas, de qualquer forma, eu acho que o essencial é que ele colaborou. Ele se dispôs a juntar documentos, a contar o que ele sabia, a dar novos rumos à investigação”, afirmou o advogado Pierpaolo Bottini.

De acordo com o advogado, algumas informações podem ir além da Petrobras como também aprofundar a investigação dentro da estatal.

Segundo a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), a Camargo Corrêa fazia parte do "clube" de empreiteiras que sistematicamente, e em acordo prévio, frustravam licitações de grande obras da Petrobras. Segundo o MPF, as empresas ajustavam previamente qual delas iria sagrar-se vencedora das licitações, manipulando os preços apresentados no certame.

Durante o período da prisão domiciliar, Avancini será monitorado por uma tornozeleira eletrônica e terá que cumprir regras para não perder os benefícios oferecidos pelo acordo feito com a Justiça. Atualmente, Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, e Eduardo Leite, vice-presidente da construtora Camargo Corrêa, também cumprem a pena em prisão domiciliar.

Dalton Avancini decidiu entregar o que sabe e fechou o acordo de delação premiada no dia 28 de fevereiro, junto com Eduardo Leite. O acordo foi firmado no mesmo dia em que a Justiça Federal (JF) realizou audiência com as testemunhas de defesa dos executivos – todos funcionários da Camargo Corrêa. Ao todo, já foram fechados 14 acordos de delação premiada, referentes à Operação Lava Jato, conforme o MPF.

Denúncia

O cartel, segundo a denúncia, era viabilizado através da corrupção de diretores da estatal. Já a lavagem do dinheiro oriundo dos pagamentos irregulares ficava por conta do doleiro Alberto Youssef, dentre outros. A dissimulação e ocultação do dinheiro, conforme a denúncia, por vezes acontecia com subcontratações de outras empresas, como a Sanko-Sider.

Dentre as operações investigadas - ocorridas entre 2006 e 2014, a Camargo Corrêa saiu vencedora das licitações para obras na Refinaria Getúlio Vargas (Repar) e à Refinaria Abreu e Lima.

Conforme a acusação, os dirigentes das empreiteiras destinaram cerca de 1% sobre o valor de contratos para a Diretoria de Abastecimento da Petrobras. Parte do dinheiro foi paga no período em que a diretoria era comandada por Paulo Roberto Costa, e outro montante após a saída dele, através de simulação de contrato de consultoria com a empresa Costa Global.

O núcleo da lavagem do dinheiro, de acordo com a denúncia, era comandado por Youssef e composto ainda por Jayme Alves de Oliveira Filho e Adarico Negromonte Filho - responsáveis pelo transporte do dinheiro - e Waldomiro de Oliveira. Os valores costumavam ser sacados em espécie e entregues aos destinatários em mãos, para evitar rastreamento.

Fonte: Com informações do G1

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