Apoiada por quatro candidatos no Rio, presidente Dilma privilegia Pezão

A presidente Dilma Rousseff intensificou a aproximação com o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), durante a campanha eleitoral. Apesar de cumprir agendas acordadas com os outros três candidatos de sua base no Estado, ela usa compromissos oficiais para colar mais ao peemedebista.

Nesta segunda-feira (15) ela estará, pela terceira vez durante a campanha, ao lado de Pezão. Os demais candidatos do Rio terão apenas um compromisso com Dilma até o final do primeiro turno.

Além de Pezão, apoiam a petista o deputado Anthony Garotinho (PR) e os senadores Marcelo Crivella (PRB) e Lindbergh Farias (PT).

Após a aproximação de Dilma com Pezão, o senador Aécio Neves (PSDB) fez sua primeira crítica à gestão do peemedebista, a quem sua sigla apoia no Estado. Ele questionou neste domingo (14) a estratégia de ocupação policial nas favelas do Rio.

"As UPPs são muito importantes. Mas ficar só nisso não resolve. Estamos vendo isso no Rio de Janeiro", disse ele.

O PSDB apoia Pezão em aliança costurada por Aécio e o ex-governador Sérgio Cabral (PMDB). A declaração do tucano ocorreu dois dias após a presidente renovar, em cerimônia ao lado de Pezão, a permanência das Forças Armadas no Complexo da Maré até dezembro. Durante o encontro, Dilma elogiou a política de segurança do Estado.

No início da campanha, o PT definiu que Dilma faria uma agenda com cada candidato. Ela já participou de atos eleitorais com Pezão, Garotinho e Lindbergh. Os compromissos oficiais, contudo, intensificaram sua aproximação com Pezão. Dois dias após o encontro na Maré, os dois estarão num evento promovido pela Cufa (Central Única de Favelas).

"A prioridade é reeleger a presidente. As agendas oficiais com Pezão têm a ver com a integração com o governo do Estado. A gente fica na corda bamba", disse o vice-prefeito do Rio, Adilson Pires (PT), que coordena a campanha de Dilma no Rio.

Segundo o Datafolha, Dilma tem 30% das intenções de voto no Estado, contra 36% de Marina Silva (PSB). O comportamento de Dilma ao lado de seus candidatos também expõe o privilégio. Pezão é alvo constante de elogios da presidente.

Ao lado de Garotinho num restaurante popular, Dilma não discursou. Com Lindbergh, no calçadão de São Gonçalo, falou por três minutos sem elogiar o petista.

O candidato do PT decidiu colar sua imagem à do ex-presidente Lula. Nesta segunda (15), Lindbergh estará ao lado de Lula em evento promovido pela Federação Única dos Petroleiros em defesa do pré-sal e da Petrobras.