Ponto para Wellington Dias e Lula: pesquisa diz que cresce apoio da população às ideias de esquerda

Repercutiu muito hoje, levantamento do Datafolha sobre as ideias políticas da população. O Instituto fez 2771 entrevistas de 21 a 23 de junho e o resultado mostra que cresceu o apoio da população a ideias identificadas com a esquerda no espectro político.

Essa é uma boa notícia para Lula e Wellington Dias e seus projetos eleitorais para 2018.

Se se formava uma opinião de que estava em curso uma conversão à direita do eleitorado brasileiro pode ir mudando seu modo de ver as coisas.

No Brasil de hoje, onde o desemprego atinge um patamar recorde e o Estado Mínimo tornou-se o eixo da política econômica, nada menos que 76% das pessoas entrevistadas tem uma visão contrária a doutrina imposta pelo atual governo e seus aliados (principalmente no campo da comunicação).

Os entrevistados consideram que "o governo deve ser o maior responsável por investir no país e fazer a economia crescer." Este quesito deu um salto de dez pontos em relação a 2014, quando Dilma se encontrava no último ano de seu primeiro mandato.

Apesar do Jornal da Globo e do Willian Waack, essa história de menos Estado na economia, está furada. O povo quer mais intervenção do Estado. Por isso as críticas aos empréstimos feitos por Wellington Dias se limitam aos acarpetados corredores da Assembléia Legislativa. O povo entende o que o governador diz. Os empréstimos fazem as obras andar, com elas a economia se movimenta e todos ganham.

Noutra questão, a pesquisa perguntou sobre as políticas públicas de defesa das empresas brasileiras. Apesar do governo federal e sua não política de 'conteúdo local' e de desmonte da Petrobras, da pregação da Globo e de entidades patronais em favor do ‘Deus mercado’, o ponto de vista da maioria, é outro. Para 63% dos brasileiros "o governo tem o dever de ajudar grandes empresas nacionais que corram risco de ir à falência."

- Está vendo, Átila Lira – o representante do Piauí saiu a dar entrevistas pelas emissoras locais, quando o executivo da JBS assumiu a berlinda da cena nacional, desancando a política do BNDES sob os governos Lula/Dilma.

A pesquisa também registra um tiro de misericórdia na meritocracia, essa visão que ignora a desigualdade estrutural da sociedade brasileira e tenta apontar cada indivíduo como responsável pelos fracassos e sucessos da existência, em particular na luta por uma vida melhor. Um total de 77% consideram que a pobreza "está ligada à falta de oportunidades iguais."

Enfim, a pesquisa é grande e não tive acesso a todos os seus dados.

Mas pela própria divulgação da Folha de São Paulo é possível ver que é fértil o terreno por onde Lula e Wellington Dias podem plantar suas ideias para um novo embate eleitoral. A direita vem aí com sangue na boca, resta aos opositores a confiança no povo e fazer as propostas adequadas.