Reforma política -

O "distritão" é mais uma anomalia da política partidária do Brasil, um casuísmo dos parlamentares

Nos meios políticos um dos assuntos mais comentados no momento é a probabilidade do Brasil adotar o “distritão”. Por esta proposta, os cargos ao legislativo, que até então eram eleitos de forma proporcional, passarão a ser majoritários, ou seja, o eleito será aquele que obtiver mais votos.

Isto é mais uma pedra no difícil caminho da política partidária do Brasil.

Para não falar de um tempo mais remoto, vamos lembrar apenas que com o golpe de 1964 extinguiram-se os partidos existentes e foi “dado” ao brasileiro o direito de escolher seus representantes através da ARENA ou do MDB. Era o sistema do bi-partidarismo.

Com a redemocratização do país foi possível a criação de mais de duas legendas e o espectro partidário cresceu muito. Hoje, ao meu modo de ver, sofre do gigantismo com dezenas de partidos políticos.

Há em excesso. Mas partidos políticos são necessários. É só observar o que diz a Constituição Federal de 1988. Em seu Artigo 1º, está lá escrito que “todo poder emana do povo que o exerce por meio de seus representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição”.

Hoje fala-se muito da perda de representatividade dos partidos políticos.

Isto não passa de uma verdadeira guerra travada no subconsciente das pessoas.

Quanto mais brasileiros desinteressados em política houver, melhor será para um restrito grupo que controla o “status quo” atual.

Sou defensor que pessoas interessadas em se candidatar a algo possam fazê-lo sem a necessidade de ser através de um partido político – mas defendo a existência deles e, quero um sistema que fortifique cada vez mais os partidos políticos. E o “distritão” não é isso.

O “distritão” elegerá os mais votados mas as câmaras de veradores, as assembléias legislativas e a Câmara dos Deputados, não representarão um conjunto significativo da sociedade.

Hoje, o presidente estadual do PDT, Flávio Nogueira, foi a imprensa defender o “distritão”.

Como um de seus principais argumentos, disse que a reeleição permanente de alguns políticos já acontece sem o “distritão”. E citou os exemplos de Paes Landim e Atila Lira. Matreiro, tentava com isso, justificar a adoção do “distritão”.

Flavio Nogueira esqueceu de dizer que a proposta do “distritão” está no bojo do que se chama de “reforma política” no Brasil. E, como reforma, bem que se poderia analisar outras propostas como a "clausula de barreira" (que impediria esta proliferação partidária); a "candidatura avulsa" (que daria a liberdade do brasileiro candidatar-se sem a necessidade do partido político); a "paridade de eleitos entre mulheres e homens" (ai sim uma real representação da sociedade); a "limitação de candidaturas", o que impediria que pessoas como Paes Landim e Atila Lira transformassem o ato de ser representante de uma sociedade, numa profissão - a de político em tempo integral de vida.

Para que os partidos políticos tenham força e que a representação da sociedade seja a mais autentica possível era preciso uma reforma política digna do nome.

Para isso ocorrer não será este Congresso que fará.

Seria preciso uma Assembléia Nacional Constituinte especifica para uma grande e profunda reforma política.

Fonte: None

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