Ocupou cargo em duas ocasiões -

Primeira mulher a ocupar a Secretaria-Geral da Mesa, Sarah Abrahão, morre aos 90 anos

Morreu na noite de domingo (10/09), aos 90 anos, a primeira mulher a se tornar secretária-geral da Mesa do Senado, dona Sarah Abrahão. Ela ocupou o cargo em duas ocasiões, de 1972 a 1973 e de 1975 a 1980. O secretário-geral da Mesa, Luiz Fernando Bandeira de Mello, solicitou em reunião daquela secretaria com a Taquigrafia, na manhã desta segunda-feira (11/09), na sala 3 da Ala Alexandre Costa, um minuto de silêncio em memória de dona Sara.

Ela havia sido internada sexta-feira (08/09) no Hospital Santa Lúcia, na Asa Sul de Brasília, devido a complicações decorrentes de um edema pulmonar. No dia 8 de outubro ela completaria 91 anos. Dona Sarah deixa os filhos Cláudia, Cláudio e Luci Amara Tolentino, além da neta Sarah Maria Abrahão.

— Foi um anjo na Terra — disse a neta ao referir-se à dona Sarah.

O velório será realizado nesta terça-feira (12/09) no Crematório Jardim Metropolitano em Valparaíso de Goiás, das 9h ao meio-dia. O corpo será cremado em seguida.

O secretário-geral da Mesa lamentou o falecimento.

— É sem dúvida uma perda irreparável. Dona Sarah foi uma das servidoras mais notáveis, que prestou um apoio indispensável à história do Parlamento e à história do Brasil. Ela começou a trabalhar ainda no último ano do Congresso no Rio de Janeiro, dedicou-se por quase 50 anos ao Senado e se tornou uma memória viva desse período de transição — afirmou Bandeira.

Biografia

Mesmo depois de se aposentar após 50 anos de dedicação à Casa, dona Sarah trabalhou por algum tempo como voluntária na própria Secretaria-Geral da Mesa. A última vez em que ela esteve no Senado foi por ocasião do lançamento de sua biografia, Memórias do Senado, em 29 de novembro de 2016, na Biblioteca da Casa.

Vários políticos compareceram ao lançamento, entre os quais o então presidente do Senado, Renan Calheiros, e o ex-presidente José Sarney. Os dois destacaram a importância do trabalho dela à frente da secretaria. Renan disse que “há pessoas que o tempo marca e outras que marcam o tempo”, referindo-se ao trabalho da ex-secretária no Legislativo.

Sarney elogiou dona Sarah pelo seu "exemplo de dedicação ao serviço público" e chamou-a de "santa de altar". Ele e a ex-secretária-geral da Mesa Cláudia Lyra lembraram que dona Sarah era conhecida como "papisa do regimento", por seu conhecimento profundo do Regimento Interno do Senado.

No lançamento do livro, sentada em uma cadeira de rodas devido à dificuldade de permanecer muito tempo em pé, dona Sarah disse que o livro “era uma homenagem ao Senado”, ao qual se referiu como sua segunda Casa e onde teria se formado. Complementou lembrando que, à época, "era a única mulher em meio a muitos homens”.

Medalha Prêmio

Em 2010, quando presidia o Senado, José Sarney condecorou dona Sarah com a Medalha Prêmio, pelos 50 anos dedicados ao serviço público. Na solenidade, Sarney narrou uma passagem importante de sua vida política em que teve o apoio de dona Sarah. Tratava-se de sua posse como presidente da República, em substituição ao presidente eleito Tancredo Neves, que estava doente e veio a falecer sem assumir o mandato, e de quem era vice. Ele contou ter chegado ao Senado às 9h daquele 15 de março de 1985; a cerimônia de posse seria às 10h. Em um momento de "especial emoção", Sarah presenteou-o com a caneta utilizada para assinar o termo de posse no cargo.

Dona Sarah também foi homenageada pelo Senado, em 2005, no Dia Internacional da Mulher, com um voto de aplauso à mulher brasileira, pelos relevantes serviços prestados à Secretaria-Geral da Mesa.

Sarah Abrahão
  Sarah Abrahão Waldemir Barreto/ Agência Senado

 

Fonte: Agência Senado

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