Monalysa Alcântara reconhece que levou 'borogodó' para passarela do Miss Brasil

As imagens com prévias do ensaio oficial de Monalysa Alcântara para o Miss Universo, deixaram os seguidores da Miss Brasil alvoroçados. O ensaio mostra os primeiros resultados da preparação da piauiense para o concurso internacional. Mas além de toda a produção de cabelo, maquiagem e figurino, a jovem de 18 anos tem algo a mais, que se revela nas passarelas.

Dias após o Miss Brasil, a jornalista Patrícia Parenza - que foi jurada técnica do concurso - elogiou a desenvoltura de Monalysa. Deu uma boa definição para o diferencial da piauiense: ela tem um “borogodó”.

No Dicionário Informal, o termo pode ser “traduzido” como um “atrativo pessoal irresistível”. E de fato, é impossível não se encantar com Monalysa. A beleza, sensualidade, a empatia com as câmeras, o discurso eloquente, o gingado. Muitos atributos, conjunto que lhe rendeu o título de mais bela mulher do país.

Em entrevista concedida ao 180graus, quando esteve em Teresina, a Miss confessou sua paixão pela passarela e, principalmente, pelo contato com o público. “Gosto de falar, de dar entrevistas, mas não tem coisa melhor na minha vida, coisa que mais me faça bem, me faça realmente realizada, do que a passarela. [Gosto] do público, de envolver o público. Porque que acredito que é tudo um jogo de envolvimento, gosto dessa brincadeira, do jogo de câmera e luz. É o que me diverte. O palco me traz isso. Eu trouxe esse borogodó, o palco me transforma”, diz.

E se após o resultado do concurso Monalysa teve de lidar com os comentários preconceituosos e racistas, os quais ela combate com lucidez e coragem, dentro do concurso, ela também teve de lidar com as diferenças, e aprender a aceitar cada uma das candidatas com sua personalidade e cultura diferentes. “Sempre preguei isso, você ter respeito pela diversidade. E eu acredito que a gente começa a aprender isso no confinamento. Começa a entender que todo mundo é diferente, que precisa respeitar o espaço de cada um [...] foi incrível pra mim.

E quem acha que a piauiense estava tensa no palco do Miss Brasil, está de todo enganado. “Eu gosto realmente de ser miss, fui em busca daquilo, realmente é um sonho pra mim. Para quê ficar tensa, ser uma coisa que não sou?”, indaga Monalysa.

Antes de viajar para o concurso em São Paulo, quando a coroa e o título no concurso nacional, eram apenas um sonho, uma meta, a jovem conversou com o 180graus, sobre a resistência de grande parte da sociedade, em aceitar uma negra como vencedora de um concurso de beleza, em que por anos consecutivos mulheres brancas são eleitas. Na época, falamos sobre os comentários de internautas, questionando a necessidade de se ressaltar que Monalysa é uma miss negra.

“Eu entendo [os comentários]. A ignorância é audaciosa. Tem de dizer que é negra sim. Sabe por que tem que refrisar? Se passaram mais de 30 anos para uma outra negra ser Miss Brasil. Se isso aconteceu, é porque existe um problema [...] É bom reforçar que sou negra, porque não se via muito isso. Não é de costume. É importante sim, não me incomodo, tenho orgulho”, destaca.