Filha de vendedora de arrumadinho em THE rebate preconceito na web

A teresinense Rayssa Lima fez um relato no seu perfil no Facebook, que vem comovendo internautas pela sinceridade e pela demonstração da força da mulher. Filha de uma vendedora de arrumadinho e cachorro quente, ela é uma das centenas comerciantes que trabalham na noite da capital, e foi alvo do preconceito de uma "amiga", que lhe abordou em conversa pelo WhatsApp.

Rayssa conta que na véspera do feriado do aniversário de Teresina, acompanhou a mãe em mais uma noite de vendas. Como faz sempre, vestida de touca e avental, ajudava a servir os clientes e limpar as meses. Só não sabia que era observada por uma conhecida, que mais tarde lhe abordou por mensagem.

"Ela disse que me viu e não foi falar cmg porque pensou que eu estaria com vergonha, pois eu estava de avental e toca arrumando uma mesa. Depois ela veio com a seguinte pergunta: Você ta estudando? Vá estudar, isso não da futuro. Eu fiquei me perguntando: Vergonha de quê? Trabalhar não dá futuro? Que? Sempre trabalhei com a minha mãe em eventos, não escondo isso pra ninguém,colocamos a barraca e vendemos comida a noite toda, coloco uma toca, um avental, limpo as mesas, vou servir os clientes [sic]", diz a jovem, indignada.

Afirmando que não tem vergonha do seu trabalho, Rayssa diz que muitas vezes já encontrou amigos nas festas em que trabalhou e, pelo contrário, ia cumprimentá-los, vestindo a touca e o avental que causaram estranheza à amiga.

Descontraída, ela ainda brinca com a situação, e convida a conhecida a, da próxima vez, cumprimentá-la e aproveitar para comprar um arrumadinho. "Não é porque eu sirvo uma mesa que eu não estudo, as vezes, deixo de estudar pra ir simplesmente servir uma mesa. Pretendo continuar estudando, pretendo continuar montando uma barraca nas festas e vender arrumadinho e cachorro quente. Não desmereça o trabalho de ninguém, não é vergonhoso usar um avental e ir limpar uma mesa e na próxima vez que você me vê nas festas em alguma barraca fale comigo ai você aproveita e compra um arrumadinho [sic]".

E fecha, dizendo que de tanto passar troco, é hoje muito boa em matemática.