Melhorias na saúde -

Nova maternidade do Buenos Aires favorece a realização do parto normal em Teresina

A jovem Islane dos Santos tem 20 anos de idade e no período de sua gestação optou por ter parto normal, tendo encontrado incentivo e estrutura na rede pública em Teresina. Nessa semana, ela deu à luz à sua primeira filha no recém-inaugurado Centro de Parto Normal (CPN) da maternidade do Buenos Aires e relata a experiência: “Pesquisei bastante e decidi que queria ter parto normal. A minha gestação foi tranquila, apesar das dores no trabalho de parto. Estou me sentindo realizada e a minha bebê Laura Lis está saudável, graças a Deus”.

O CPN foi inaugurado em agosto deste ano pela Prefeitura de Teresina e funciona dentro da maternidade do Buenos Aires, que foi reformada e ampliada. Para garantir a autonomia das gestantes e a humanização no processo de parto, a paciente pode optar, por exemplo, pela posição que dará à luz, se deitada, sentada na banqueta, na banheira ou no chuveiro. A maternidade é então pioneira na realização do parto normal na banheira para as usuárias do SUS.

Rosélia Sena, diretora geral do hospital e maternidade do Buenos Aires,explica que o CPN é destinado a gestantes que possuem gravidez de baixo risco, sem complicações: “Quando a gestante chega à maternidade, o médico obstetra realiza a classificação da gestação como de alto risco ou baixo risco (risco habitual). Se constatado que é de alto risco, ela é direcionada para a maternidade Dona Evangelina Rosa. Se tratar-se de gestação de baixo risco e a gestante estiver em trabalho de parto efetivo, vai para o CPN”.

A nova estrutura possui 52 leitos, sendo 30 obstétricos, 07 de neonatologia, 10 leitos de Unidades de Cuidados Intermediários Neonatais (UCIN), centro cirúrgico e 05 quartos PPPs (Pré-Parto, Parto e Pós-Parto) que garantem privacidade e conforto às gestantes. Além dos leitos, a maternidade tem sala de aleitamento; salas para testes do pezinho, coraçãozinho, orelhinha; salas de atendimento obstétrico neonatal e de classificação de risco e, ainda, cartório de registro de nascimento e banco de coleta de leite.

A enfermeira obstetra Caroline Sampaio avalia a nova estrutura da maternidade: “é uma estrutura maravilhosa, não perde para nenhuma maternidade particular. Os quartos “PPP” são individualizados e nos alojamentos conjuntos (enfermarias) tem cortinas que garantem privacidade às mães e aos bebês. A maternidade conta com equipamentos de ponta e a equipe profissional é muito boa, respeita a mulher. É um atendimento diferenciado no momento mais importante da vida da família”, conclui.

Profissionais esclarecem sobre vantagens do parto normal

A médica neonatologista Aline Pinheiro explica sobre as vantagens do parto normal: “O parto normal está associado a menor mortalidade materna e diminui o risco de complicações respiratórias no recém-nascido (RN), isso porque a compressão mecânica no canal de parto promove absorção do líquido pulmonar do RN. Além disso, a recuperação da mãe é mais rápida e durante o trabalho de parto normal, ela libera hormônios, como a ocitocina, que favorecem o vínculo entre mãe e bebê e a amamentação. Já o parto cesariano é recomendado nos casos de complicações e quando bem indicado salva vidas das mães e bebês.”

Ao ser indagada sobre o medo da gestante de sentir dor no parto normal, a enfermeira obstétrica Caroline Pinheiro afirma que a dor varia de mulher para mulher e que no CPN a gestante pode fazer exercícios naturais: “ Dispomos de recursos que minoram a dor, a exemplo da bola suíça, cavalinho ou banho morno. É o que chamamos de métodos não farmacológicos para alívio da dor e há evidências científicas de que esses simples recursos trazem benefícios. O fato de ter acompanhante permanente também ajuda muito a gestante.”, afirma.

Caroline Sampaio informa ainda que o Ministério da Saúde incentiva o parto humanizado: “Antigamente, a mulher paria em casa, com ajuda da parteira e presença da família. Mas o parto deixou de ser evento doméstico e se tornou evento médico; a mulher perdeu a autonomia sobre o corpo. Hoje o Ministério da Saúde preconiza a humanização do parto. A mulher tem o direito de parir da forma mais natural, com o acompanhante que escolher, na posição que se sentir melhor. A intervenção só acontece se for necessário.”, conclui.

Fonte: Ascom

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