Trabalhavam com os pais -

Flagrado o trabalho infantil na zona rural de Parnaíba

A Superintendência Regional de Trabalho encontrou oito crianças em situação de trabalho infantil na zona rural de Parnaíba, no litoral do Estado. A vistoria foi realizada na última semana, depois de denúncias. As crianças trabalhavam junto com os pais numa plantação de acerola. O auditor fiscal do Núcleo de Apoio à Fiscalização do Trabalho Infantil da Superintendência, Rubervam Du Nascimento, afirmou que um relatório está sendo elaborado e será encaminhado ao Ministério Público e ao gestor do município para quem tomem as providências legais.

"As mães levam as crianças para a colheita, pois assim elas conseguem ganhar um pouco mais, já que pela lata de acerola elas recebem R$ 0,25", disse. As crianças encontradas têm entre 10 e 13 anos de idade e atuam na plantação do projeto Platôs de Parnaíba. Segundo o auditor, através do relatório é requerida a implantação do PETI (Programa de Erradi-cação do Trabalho Infantil) na região. "Apesar de algumas crianças estudarem, o rendimento escolar delas está abaixo do esperado", complementa.

De acordo com dados da Superintendência, só no ano passado foram encontradas 159 crianças e adolescentes em situação irregular no Piauí, caracterizando a prática de trabalho infantil. Rubervam explica que por aqui o trabalho infantil está presente principalmente na agricultura familiar. Mas, o trabalho infantil doméstico e a exploração sexual com fins lucrativos também ocupam lugar de destaque. "E essas são as formas mais difíceis de combater", destaca. Segundo ele, as fiscalizações têm revelado novos focos do trabalho escravo.

"Em Floriano, encontramos crianças trabalhando em pedreiras, na extração de pedras, que não era uma atividade muito comum", relata. Também nesse caso geralmente as crianças são levadas pelos pais, que nem se dão conta do mal que estão fazendo. "A própria sociedade é quem diz: é melhor trabalhar a estar na rua, usando drogas. Não é bem assim", completa. Essa mesma consciência tem também aqueles que empregam meninas como empregadas domésticas.

A situação é quase sempre a mesma: uma menina vem do interior do Estado para morar na casa de alguém e aqui ela estuda e trabalha como babá de outra criança. Isso sem falar daquelas que acabam fugindo desse mundo e migrando para a prostituição. "No ano passado realizamos uma ação nos shoppings de Teresina e vimos a cena se repetir. Uma criança, geralmente negra, empurrando um carrinho de bebê. A abordagem é muito complicada nesses casos", disse.


Fonte: Jornal Diário Do Povo

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