Fifa já fez o comunicado -

Por conta do atraso no estádio, Curitiba pode ficar fora da Copa 2014

Com o estádio mais atrasado entre as cidades-sede da Copa, Curitiba corre o risco de ficar fora do Mundial, afirmou nesta terça-feira (21) o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke.

Valcke fez uma visita nesta terça-feira às obras da Arena da Baixada, que pertence ao Atlético-PR.

A obra avançou pouco nas últimas semanas, quando enfrentou greve de operários, chuvas e demora na liberação de financiamentos. De 88% de conclusão no final de novembro, chegará a 90% no final de janeiro. Faltam cadeiras, cobertura, gramado, centro de imprensa e estruturas de acesso.

No atual ritmo, segundo representantes da Fifa e do Ministério do Esporte, a obra não ficará pronta para a Copa.

"A situação é emergencial", disse o secretário-geral. "Sem estádio, não há jogos."

Apesar de destacar que excluir uma cidade da Copa a essa altura "não é tão fácil", Valcke asseverou que essa é uma possibilidade, diante do fraco andamento das obras. Não quis, no entanto, dizer se a Fifa já tem um "plano B".

"Não comento o que pode acontecer até que a decisão [de excluir ou não Curitiba] seja tomada", afirmou.

Estão programados quatros jogos do Mundial em Curitiba, todos da primeira fase: Irã x Nigéria, dia 16 de junho, Honduras x Equador, dia 20, Austrália x Espanha, dia 23, e Argélia x Rússia, dia 26. Os ingressos já começaram a ser vendidos.

PRAZO

A Fifa vai aguardar até 18 de fevereiro, quando acontece o workshop de seleções da Copa, em Florianópolis, para decidir se exclui ou não Curitiba do evento.

Até lá, o Atlético-PR, a prefeitura e o governo do Paraná terão de acelerar a construção a ponto de demonstrar que o estádio pode ficar pronto até "algumas semanas antes da Copa".

O Atlético-PR, que até então tocava a obra sozinho, passará a contar com o acompanhamento de um comitê gestor, com membros da prefeitura, governo estadual e COL (Comitê Organizador Local). Engenheiros designados pelo comitê farão relatórios diários sobre o andamento da construção.

O clube paranaense terá de aumentar o número de operários entre 50% e 70% –de 1.000, passará a 1.700. O custo, hoje de R$ 265 milhões, também vai subir, com possibilidade de empréstimos via BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e governo do Paraná.

Não ficou definida a nova data de entrega do estádio nem o custo final da obra. "Agora, a preocupação é garantir a cidade como sede", afirmou Valcke.

O secretário da Copa no Paraná, Mário Celso Cunha, disse que o governo do Estado pode liberar mais dinheiro para dar conta do aumento no ritmo das obras. "Mas não é verba pública. É empréstimo", afirmou.

CUSTO

O Atlético-PR não enviou representantes à entrevista nem fez comentários sobre a possível exclusão de Curitiba da Copa. O clube é quem banca e toca a obra da arena, com ajuda de empréstimos do BNDES e governo do Paraná, que financiam 85% do custo total.

Reservadamente, integrantes do Atlético-PR se queixam de falta de dinheiro para tocar a obra com celeridade. A liberação dos empréstimos demorou mais que o esperado. O clube teve de fazer a obra com dinheiro próprio nos meses iniciais, num ritmo mais lento do que pretendia.

Do outro lado, os organismos oficiais dizem que o nó para a liberação tem sido a apresentação de garantias pelo clube. O Atlético-PR já penhorou seu centro de treinamento e títulos de potencial construtivo, e tenta vender os "naming rights" do estádio a fim de conseguir oferecer novas garantias.

Além de tudo, o orçamento da obra aumentou 46%, de R$ 181 milhões para R$ 265 milhões. O custo subiu mesmo com a exclusão da cobertura retrátil, a "cereja no bolo" do projeto inicial, e será ainda maior com as exigências feitas pela Fifa nesta última reunião.

Um novo financiamento, de R$ 65 milhões, já foi obtido pelo Atlético-PR em dezembro, via BNDES.

Depois da entrevista, Valcke divulgou em seu Twitter uma foto da bola Brazuca, que será usada na Copa, no local onde será plantado o gramado e escreveu que "agora a bola está com Curitiba e o governo" para agilizar as obras.

Fonte: Com informações da Folha Online

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