Antiácidos e DRC -

Omeprazol e similares podem aumentar risco de doença renal crônica

Segundo artigo estudo no “JAMA Internal Medicine”, os inibidores da bomba de prótons, fármacos que são habitualmente utilizados para reduzir a acidez do estômago, tipo omeprazol e outros, podem estar associados a um risco aumentado de doença renal crônica.

Estudos observacionais anteriores já tinham associado a toma de inibidores da bomba de prótons a efeitos colaterais graves. No entanto, os investigadores da Universidade de Johns Hopkins, nos EUA, referem que até à data ainda não tinham sido realizados estudos populacionais que tivessem analisado a associação entre toma deste tipo de fármacos e o risco de doença renal crônica.

Neste estudo, os investigadores, liderados por Morgan E. Grams, decidiram quantificar a associação entre a toma de inibidores da bomba de prótons e a incidência de doença renal crônica na população geral e participaram 10.482 indivíduos os quais foram acompanhados ao longo de uma média de 14 anos.

No início do estudo, verificou-se que os indivíduos, dos dois grupos, que tomavam inibidores da bomba de prótons eram mais propensos a terem um índice de massa corporal elevado, a tomarem antidepressivos, aspirina ou estatinas.

Em 10 anos, o risco absoluto de doença renal crônica, entre os 322 indivíduos que tomavam inibidores da bomba de prótons no início do estudo foi de 11,8%, enquanto o risco para aqueles que não tomavam este tipo de fármacos foi de 8,5%.

No segundo grupo, ocorreram 1.921 eventos de doença renal crônica nos 16.900 indivíduos que tomavam inibidores da bomba de prótons no início do estudo (20,1 por 1000 pessoas ano) e 28.226 eventos entre os 231.851 participantes que não tomavam este tipo de fármacos (18,3 por 1000 pessoas-ano). Tal como no grupo anterior a toma de inibidores da bomba de prótons foi associada a um risco de incidência de doença renal crônica.

O risco absoluto de doença renal crônica, em 10 anos, entre os 16.900 indivíduos que tomavam inibidores da bomba de prótons no início do estudo foi de 15,6%, enquanto o risco para aqueles que não tomavam este tipo de fármacos foi de 13,9%.

Os investigadores referem que este é um estudo observacional e por isso não fornece uma evidência de causalidade. “Contudo, uma relação causal entre a toma de inibidores da bomba de prótons e a doença renal crônica pode ter um efeito considerável na saúde pública, dada a utilização generalizada deste tipo de fármacos”, concluíram os autores do estudo.

No Brasil é comum muitas pessoas se automedicarem com inibidores da bomba de prótons, porém não há nenhum estudo que façam esta relação. Aqui, temos um grande número de pacientes jovens que desenvolvem a doença renal crônica e têm que fazer hemodiálise em decorrência de serem portadores de diabetes, hipertensão ou os dois problemas associados e não tratam ou desconhecem sua condição.

Fonte: Com informações de ALERT Life Sciences Computing, S.A.

Instagram

Comentários

Trabalhe Conosco