Vida nunca voltou ao normal -

Único jogador brasileiro punido por fraudar jogos capta jovens para agentes

A vida de Joelson Inácio, 32, nunca voltou ao normal depois do seu envolvimento com uma rede de manipulação de resultados no futebol italiano.

Depois de cumprir dois anos e meio de suspensão por trabalhar para fraudar placares de jogos da Série B do calcio, o atacante voltou aos gramados há 11 meses. Mas não foi mais o mesmo.

O brasileiro não conseguiu retornar aos primeiros escalões do futebol da Itália. Atualmente, joga pelo Lecco, que atua na semiprofissional quarta divisão.

A carreira dentro dos campos já não é mais também seu único ganha pão.

“Sou sócio de alguns empresários que estão tentando organizar campings de treinamentos para crianças e jovens. Somos em quatro sócios. Nossa ideia é organizar treinos não só aqui na Itália, mas também nos EUA e na República Dominicana.”

O papel de Joelson, ele mesmo faz questão de ressaltar, não é negociar jogadores. “Minha função é mais de olheiro”, conta.

Caberá a Joelson identificar quais garotos entre os participantes das sessões de treinamento têm potencial para se tornarem jogadores de futebol e tentar encaixá-los nas categorias de base de clubes da Itália.

“Muita gente que jogou comigo já se tornou treinador ou direito. A ideia é aproveitar o contato que tenho com esse pessoal”, explica.

Joelson ficou suspenso do futebol entre setembro de 2012 e março de 2015. A pena, aplicada pela Federação Italiana de Futebol, está relacionada ao recebimento de dinheiro de uma rede de apostadores ilegais para tentar manipular resultados do Grossetto, da Série B local, em 2010.

O atacante, que vive na Itália desde os 13 anos, admitiu ter participado de duas tentativas de fraudar jogos.

Em um episódio, recebeu 20 mil euros (quase R$ 87 mil, na cotação atual) para permitir a vitória por 2 a 0 do Reggina sobre o Grossetto. Em outro, ofereceu 30 mil euros (R$ 130 mil) para que o goleiro rival, o brasileiro Angelo da Costa, fosse derrotado de propósito –a proposta foi recusada.

“Eles [os fraudadores] nunca mais me procuraram. Não valeu a pena ter feito aquilo. Fiquei dois anos e meio parado e estou sofrendo para limpar minha imagem. Foi uma experiência muito negativa, mas que me ensinou demais.”

Além da punição esportiva, Joelson ainda aguarda a conclusão do seu caso na Justiça comum da Itália. O julgamento está marcado para a próxima quinta-feira (18 de fevereiro). Segundo o jogador, não há risco de ele ser preso.

Fonte: Com informações do Uol

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