Quatro operações realizadas -

Novo xerife do Corinthians tem joelhos mais sensíveis do futebol brasileiro

Logo abaixo do joelho direito, Edu Dracena recentemente tatuou a frase: "Deus é fiel". O local e os dizeres são emblemáticos.

Entre os jogadores que atuam em ótimo nível nos grandes clubes no futebol brasileiro, não há jogador que tenha feito mais cirurgias de ligamentos nos dois joelhos quanto Dracena, novo xerife da defesa do Corinthians. Ao todo, são quatro operações desse tipo já realizadas nele, o que normalmente representa uma queda de produção quase inevitável. Não para o zagueiro que, aos 33 anos, se reinventou.

Para ele assinar por duas temporadas recentemente, a participação de Joaquim Grava foi essencial. Antigo médico do Corinthians e um dos maiores especialistas do país em joelho, Grava foi quem fez as quatro operações de Dracena. A primeira, aos 19 anos, quando defendia o Cruzeiro. Em outra delas, fez dois procedimentos em um. A mais recente, na temporada passada, pelo Santos. Foi Grava quem brigou dos dois lados para o negócio sair: à diretoria, deu aval. Ao zagueiro, fez uma promessa.

"Eu falei isso para ele. Se você for para o Corinthians, sua carreira vai ser mais longa. Como tecnicamente ele ainda tem um nível muito bom, ele poderia prolongar a carreira", conta Joaquim Grava. A afirmação tem a ver com os casos de Ronaldo, Alexandre Pato e Renato Augusto. Em comum, jogadores com histórico físico extremamente difícil que se reabilitaram nas mãos do fisioterapeuta corintiano Bruno Mazziotti. Hoje, o laboratório do centro de treinamento corintiano é considerado referência nacional em prevenção de lesões.

É sobre Mazziotti que normalmente recai a realização de trabalhos especiais com esses atletas. No Corinthians, em poucos dias, algumas medidas preventivas já foram adotadas sobre Edu Dracena. Uma delas é que ele seja poupado dos treinamentos de saltos. Prática comum para estimular a impulsão dos zagueiros, isso não será feito com Edu, ao menos por enquanto. "É uma prevenção. Isso não impede, de forma alguma, que ele jogue futebol normalmente", explica Fábio Mahseredjian, preparador físico corintiano.

De acordo com Avelino Buongermino, fisioterapeuta do Santos, não há explicações objetivas para tantas cirurgias. "Pode ser ocasionado por (formato do solado das) chuteiras, por mecânicas de movimento, por saltos. Nenhum excesso é benéfico. No caso do Edu, todas as lesões ocorreram em movimentos rotatórios", conta. Por isso, é preciso um esforço extra diário: enquanto zagueiro santista, Dracena treinava 90 minutos a mais que os colegas. Alongamentos, exercícios de flexibilidade, equilíbrio e reforço de musculatura.

Em comum entre quem trabalhou com o antigo capitão do Santos está um diagnóstico: Edu Dracena só se mantém bem porque trabalha, se conhece e se cuida muito. Em 2014, por exemplo, o jovem Gustavo Henrique (em fevereiro) e ele (em janeiro) tiveram lesões ligamentares parecidas. Em agosto, Edu já estava em campo e fez 19 jogos do Brasileiro. Gustavo, até o momento, ainda não atuou. Para Joaquim Grava, há outro ponto.

"Geralmente, esses atletas que mantêm uma técnica e têm essa conduta são excelentes tecnicamente. Eles conseguem ter o atalho, resolver o problema na técnica. O Ronaldo fez cirurgias e se manteve", cita.

Fonte: Com informações do UOL

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