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Invencível há 7 anos e crítico do MMA, superstar do judô estreia no Mundial

Teddy Riner. Nome e sobrenome que, juntos, assombram o judô há quase uma década. Este francês de apenas 26 anos é o grande símbolo da modalidade a um ano dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. No alto dos seus 2,04m e 131 kg, ele desembarca no Mundial de Astana sob a responsabilidade de aumentar a já incrível marca de sete anos invictos na categoria acima de 100 kg.

No auge da forma física e técnica, Riner surge como o grande favorito no Cazaquistão. Desde a semifinal de Pequim 2008, quando caiu nas semifinais para Abdullo Tangriev, do Uzbequistão, o francês reina absoluto na categoria mais de 100 kg: 96 vitórias na divisão e nenhuma (sim, nenhuma) derrota.

Neste sábado, Riner estreará ja na segunda rodada contra o vencedor do combate entre Juhan Mettis, da Estônia, e Kakajan Meredov, do Turcomenistão. O brasileiro David Moura representará o país na categoria; Rafael Baby, lesionado, está fora do Mundial de Astana.

Desde a derrota olímpica, Riner sentiu o gosto de perder apenas uma vez. O único homem a bater o atual superstar do judô foi o japonês Daiki Kamikawa, durante o Mundial de Tóquio, em 2010. Nesta ocasião, no entanto, o confronto valeu pela categoria absoluta - sem limite de peso para os atletas

A decisão dos árbitros favorável ao nipônico é contestada até hoje pelo francês, que, ao bater o oriental na revanche, ocorrida em fevereiro de 2011, no Grand Slam de Paris, desabafou ainda no tatame após superar Kamikawa por ippon (imobilização).

O tropeço não apaga a imagem intocável de Riner. Na França, o judoca recebe tratamento de estrela e convive com outros superstars. O multicampeão mantém amizade com jogadores do Paris Saint-Germain, como revelou em 2013, durante o Mundial realizado no Rio de Janeiro.

"Costumo ir jantar com o time, falar de futebol e relaxar", contou Riner ao site oficial da Confederação Brasileira de Judô. O judoca gosta de compartilhar fotos destes encontros e de outros com celebridades do esporte francês, como o jogador de basquete Nicolas Batum e o tenista Jo-Wilfried Tsonga.

Os resultados esportivos e o tratamento de celebridade combinam para uma dúvida. Seria Riner, atualmente, o atleta mais dominante do esporte? No próprio judô reside a grande concorrência. Na verdade, a principal rival do francês na atualidade se chama Ronda Rousey, ex-atleta olímpica e atual superstar do UFC.

Ronda soma 12 vitórias e nenhuma derrota na carreira. Desde 2011, a medalhista americana do judô nos Jogos Olímpicos de Pequim impressiona dentro do octógono, tanto que ela transcente a barreira do machismo dentro da modalidade para se colocar atualmente como o maior nome do Ultimate.

A comparação entre os dois, portanto, é inevitável. Menos para Riner, um crítico público do MMA. Em 2012, perguntado sobre a sua relação com a modalidade, o francês foi direto ao se manifestar negativamente.

"Lutar em uma jaula não é para mim. Não há um código moral no MMA. Eu sou um guerreiro dentro do tatame, mas você sempre precisa respeitar o seu adversário", disse, na época, à Associated Press, o principal nome do judô na atualidade.

Mais do que um ciclo olímpico: o necessário para Riner reinar definitivamente

Já são sete anos do reinado de Teddy Riner na categoria acima de 100 kg. O retrospecto, no entanto, passa longe da grande hegemonia do esporte olímpico de lutas. Durante o final da década de 1980 e o início dos anos 2000, o russo Aleksandr Karelin simplesmente não perdeu nas competições internacionais de luta greco-romana durante 13 anos.

Karelin possui números expressivos na carreira: 887 triunfos e apenas duas derrotas na longa carreira. O primeiro revés ocorreu no Campeonato Soviético de 1987 para Igor Rostorotsky. A partir de então, o lutador reinou com sobras na luta greco-romana da categoria até 130 kg: foram três ouros olímpicos (Seul-1988, Barcelona-1992 e Atlanta-1996).

O fim da invencibilidade internacional veio justamente na quarta participação olímpica. Karelin perdeu a decisão pelo ouro em Sydney-2000 para o americano Rulon Gardner - luta na qual também concedeu o primeiro ponto a um adversário depois de seis anos.

A inspiração para Riner continuar o reinado está na greco-romana. Os números do francês são importantes, mas ainda longe da grande hegemonia do esporte: os 13 anos e 887 lutas de Aleksandr Karelin.

Fonte: com informações do uol

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