Já deu início aos treinos -

Gabriel Medina quer usar aprendizado de 2015 para conquistar bi: 'Foco total'

A máxima de que o ano só começa depois do carnaval foi seguida ao pé da letra por Gabriel Medina em 2016. Passados os dias de folia, o surfista começa agora os treinos para a disputa da Liga Mundial de Surfe (WSL). Em busca do bicampeonato, garante saber o que precisa para erguer o caneco assim como em 2014. E o primeiro passo, segundo ele, são os treinos da pré-temporada. Em conjunto com o padrasto e treinador, Charles Saldanha, Medina definiu que a preparação será voltada não apenas para deixá-lo bem fisicamente e tecnicamente. Promete também entrar forte psicologicamente nesta temporada.

No último ano, o atleta começou o Tour com resultados abaixo do esperado e chegou a ocupar a 21ª colocação do ranking após cinco etapas. No fim de 2015, após se recuperar e chegar ao Havaí com chances reais de título, admitiu que a fama e o assédio fizeram com que perdesse o foco no começo do CT. Fato que acabou comprometendo na briga pelo bicampeonato. Mas, nesta temporada, diz que será diferente.

Em entrevista, Gabriel Medina assegurou ter aprendido com os erros de 2015. Mais focado para começar a temporada, em comparação com o ano passado, promete concentração em todas as etapas para ter mais chances de comemorar pela segunda vez a conquista do título mundial.

– No ano passado, errei no começo. Acabei perdendo três etapas que, se eu avançasse qualquer uma delas, poderia estar na frente no Havaí. Agora, vou corrigir. Às vezes, as coisas não saem como nós queremos. Mas vou treinar, fazer minhas coisas e me concentrar 100% nos campeonatos. Quero começar melhor para chegar no Havaí com chances de título e sair de lá feliz – afirmou.

– O namoro te deixa mais tranquilo. Aconteceram as coisas para mim. Ano passado, foi um ano de experiência. Eu não tinha namorada, comecei o ano mal... Mas também tinha acabado de vir de um ano excelente. Foram coisas que aconteceram e que aprendi bastante. Acho que este ano vai ser mais tranquilo. Digo o Gabriel, não o Medina. Eu vou treinar, vou fazer as minhas coisas. Acho que vou estar mais concentrado, sim, nos campeonatos. É bom se sentir confortável e aliviado – completou.

A preparação de Gabriel Medina começará no Brasil. Em 3 de março, o atleta embarca para a Austrália, onde será realizada a primeira etapa do CT entre 10 a 21 de março, em Gold Coast. Charles Saldanha vê com bons olhos a possibilidade de o surfista ir direto para a Austrália e não parar em outro país. Uma estratégia que tem como objetivo manter Medina focado.

– Vamos adaptando as coisas. Vimos o que deu certo, o que deu errado. Não posso dar muitas dicas do que pode dar certo e o que pode dar errado porque já vi muita gente copiando um pouco. Mas, basicamente, a gente mantém aquele esquema de fazer uma preparação forte. Uma pré-temporada para o Gabriel estar forte no começo e aguentar o ano inteiro. Neste ano, pode ser que vamos direto para a Austrália. Que não paremos em outro lugar. Às vezes, encurtando a viagem, o Gabriel fica mais focado, mais concentrado. O objetivo nosso é sempre esse. O Gabriel estar bem fisicamente, psicologicamente e focado. Vamos evitar todos os fatores externos que possam atrapalhar isso nele – comentou.

Assim como Gabriel Medina, Charles Saldanha também acredita que um dos motivos para o início ruim em 2015 foi a falta de foco.

– Ano passado, fizemos uma preparação assim. Acho que o problema não foi o preparo físico do Gabriel. Foi mais um lance de zona de conforto, fora de foco. De repente, algumas etapas que alguns erros. Como estou por trás, também sou responsável na hora da vitória e na hora da derrota. Estamos juntos sempre. Temos que reconhecer alguns erros que tivemos e vamos corrigi-los. Alguns erros a gente nem fala. Prefiro nem falar quais são, mas que estão sendo corrigidos. Isso eu garanto – disse.

POPULARIZAÇÃO DO SURFE E TRABALHO DE BASE

A "Brazilian Storm" (Tempestade Brasileira, em português) estará maior neste ano na elite do surfe. Se no ano passado sete brasileiros disputaram o tour principal da modalidade, em 2016 serão dez atletas representando o Brasil. O número de brasileiros na elite só não é maior do que em 2001, quando foram 11 na disputa.

Questionado sobre a popularização do surfe no Brasil, Gabriel Medina torce para que o esporte se consolide no país e que este momento em alta não seja passageiro.

– Ano retrasado, fui campeão mundial. Em 2015, foi o Mineiro. Cada ano que passa, aumenta o número de atletas no circuito. Neste ano, temos dez atletas ali. Acho que está sendo feito (o trabalho para crescer o esporte no país). Não sou ninguém para adivinhar o futuro, mas o que podemos fazer estamos fazendo. Ganhando os títulos e batendo de frente com os australianos, com os americanos. Acho que quando você quer mudar um esporte, você tem que mudar ele e ir para cima. Acho que é o que estamos fazendo – afirmou.

Paralelo ao crescimento do Brasil no surfe profissional, Medina acredita que o trabalho de base também está evoluindo. Mas ainda vê pontos que para melhorar, como mais campeonatos para surgir novos atletas. No fim deste ano, o surfista vai inaugurar em Maresias, local onde nasceu e foi criado, o "Instituto Medina".

– Estamos fazendo um circuito de surfe aqui em Maresias para ajudar a galera. Vamos também criar o instituto para ajudar a molecada. No começo, vamos começar com 60 crianças. Vai ser voltado mesmo ao surfe. Acho que isso é bom. São oportunidades que nós podemos dar para essa molecada. Eu não tive, na verdade. Meu pai que me ajudou a vida toda. Estou querendo oferecer o que eu não tive e, quem sabe, um dia aparecer se Deus quiser alguém melhor que a gente. Melhor que eu, que os outros caras. É dando oportunidades que vamos descobrir – destacou.

SURFE NAS OLIMPÍADAS
O surfe é um esporte que ainda não faz parte das Olimpíadas, que será realizada neste ano no Rio de Janeiro. Mas, em junho do ano passado, o presidente da Associação Internacional de Surfe (ISA - Internacional Surfing Association), Fernando Aguerre, apresentou ao Comitê Olímpico Internacional (COI) uma proposta para inclusão da modalidade nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020.

O projeto prevê que o surfe seja um esporte de exibição nas Olimpíadas e que seja disputadas em piscinas artificiais.

A ideia é vista com bons olhos por Gabriel Medina, que diz gostar de acompanhar o evento.

– Iria ser legal se o surfe entrasse. Estão pensando no Japão. Qualquer moleque que faz algum esporte, em qualquer lugar do mundo, o sonho dele é ter uma medalha, representar o seu país. Nas Olimpíadas, o surfe nunca pôde estar ali. Acho que iria ser bom. Algo novo. Não sei como é a relação. A gente faz parte de uma entidade, que é a WSL. Não sei como está a conversa deles. Acho que para o surfe seria bom. Quem sabe um dia. Espero que no Japão. Falam das ondas e tal, mas japoneses sabem muito de tecnologia. Provavelmente, eles inventem alguma coisa.

Fonte: Com informações do Globo Esporte

Comentários

Trabalhe Conosco