Times bem mais modestos -

Com abismo financeiro, Corinthians e Palmeiras têm clássico genérico no RN

Conhecido com um dos maiores clássicos do país, o confronto entre corinthianos e palmeirenses terá sua versão nordestina neste domingo. Com escudos e uniformes inspirados nos "xarás" famosos, o Corintians de Caicó e o Palmeira de Goianinha se enfrentam pelo Campeonato Potiguar em clima de decisão. Se os orçamentos paulistas estão bem longe da realidade dos clubes do Rio Grande do Norte, e se a rivalidade não é historicamente tão grande quanto a dos grandes de São Paulo, as equipes potiguares prometem fazer um jogo tenso para tentar fugir da zona de rebaixamento.

Elementos para uma grande partida não faltam. O Alviverde vem de duas derrotas e pode perder a posição caso seja derrotado pelo Corintians-RN. Além disso, o técnico Rodrigo Alexandre não resistiu à goleada que o time sofreu do América-RN e foi demitido. O auxiliar técnico vai comandar o Palmeira no "clássico". Do lado alvinegro também haverá um novo comandante, Pedrinho Albuquerque, que tem a missão de tirar o clube da difícil situação em que se encontra na competição. Três derrotas e dois empates em cinco jogos deixam a equipe na penúltima posição, com dois pontos marcados.

O mando de campo no "duelo dos desesperados" será corintiano. O jogo foi confirmado para o Estádio Marizão, em Caicó, finalmente liberado pelo Corpo de Bombeiros após cinco rodadas do campeonato. Em campo, o Galo do Seridó terá entre os titulares um zagueiro que sabe bem como se comportar "quando surge o alviverde imponente". O experiente Márcio Costa, campeão mundial com o Corinthians em 2000, diz que será impossível não lembrar dos grandes confrontos com o Verdão paulista ao pisar no gramado no próximo domingo.

- Todos os jogos eram emocionantes, o clima era totalmente diferente das outras partidas. Era chapa quente mesmo. Se fosse como agora, com o jogo no domingo, a gente estava falando nisso durante a semana toda. Quando eu vir a camisa deles, porque a camisa do Palmeira daqui é bem parecida com a do Palmeiras de lá, com certeza vai passar aquele filme bacana de 1998 e 1999, de vários clássicos daquela época - relembra o jogador de 41 anos.

Por outro lado, o Palmeira terá um estreante no clássico genérico para enfrentar o "bando de loucos". O jovem Emerson, revelado nas categorias de base do Náutico, chegou ao Verdão potiguar no início deste ano para disputar o Potiguar e não esconde a ansiedade de entrar em campo contra o "rival".

- A rivalidade de Corinthians e Palmeiras é uma tradição lá em São Paulo e aqui não é diferente. Assim como o Corintians daqui quer ganhar, nós também queremos. Aí acaba criando uma rivalidade entre os torcedores também. Dá uma tremida, sim, porque é um jogo importante para a gente - disse Emerson.

O atacante confessa o "friozinho na barriga" e revela que se inspira no lateral Zé Roberto, do Palmeiras, para incentivar os colegas de clube nesse momento delicado do time.

- Sempre que a gente entra em campo dá aquele friozinho na barriga de todo jogador, mas tem que manter a tranquilidade e trabalhar para ganhar esse 'clássico' e ficar bem na tabela. Me inspiro no Zé Roberto que chegou agora no Palmeiras e é um excelente jogador. Tem que chamar os caras para levantar a cabeça, porque não tem nada perdido ainda não. A gente está no campeonato ainda e, se Deus quiser, vamos conseguir a classificação - garante.

ABISMO ORÇAMENTÁRIO
Além da distância de quase 3.000 km que separam os estados do Rio Grande do Norte e de São Paulo, um verdadeiro abismo orçamentário afasta os clubes paulistas dos xarás potiguares, sendo estes bem mais modestos. Enquanto a folha salarial do Corintians-RN gira em torno de R$ 25 mil, o Corinthians gasta cerca de R$ 10 milhões entre jogadores e comissão técnica. Somente com o salário de Emerson (o maior do clube), de aproximadamente R$ 520 mil, daria para manter o alvinegro potiguar por quase dois anos. No Galo do Seridó, o maior salário custa ao clube R$ 2 mil, mesmo valor pago pelo Palmeira ao seu jogador mais caro. Entre os palestrinos, o meia Valdívia seria o jogador com o maior salário, com valor especulado em R$ 500 mil. Já a diferença entre as folhas salariais dos Verdões é um pouco menor, mas igualmente incomparável. Por mês, o Palmeiras gasta algo em torno de R$ 7 milhões, contra os R$ 40 mil gastos pelo xará de Goianinha.

"ARENAS" BEM DIFERENTES
O clássico genérico deste domingo entre Corintians e Palmeira será disputado no Estádio Marizão, em Caicó, a 273 km de Natal. Depois de cinco rodadas do Campeonato Potiguar, a casa do Galo do Seridó finalmente recebeu a liberação do Corpo de Bombeiros, mas para receber apenas 1.050 torcedores nas arquibancadas - menos da metade de sua capacidade - por questão de segurança. Com capacidade para 3.000 torcedores, a casa do Corintians nem de longe lembra a gigantesca Arena Corinthians, em São Paulo, que comporta até 61.606 espectadores. O estádio foi inaugurado em maio do ano passado e serviu de palco para abertura da Copa do Mundo de 2014. O projeto custou mais de R$ 1 bilhão.


O "vizinho" alviverde também está de casa nova. Considerada uma das mais modernas do país, a Arena Palmeiras foi inaugurada em novembro do ano passado, pronta para receber 43.600 torcedores depois de quatro anos de reforma do antigo Palestra Itália a um custo aproximado de R$ 630 milhões. Em terras potiguares, a realidade é bem diferente: o Estádio Nazarenão, em Goianinha, distante 60 km de Natal, até tem um gramado elogiado, mas comporta apenas 4.100 torcedores.

Fonte: Com informações do Globoesporte.com

Comentários

Trabalhe Conosco