James Rodriguez marcou -

Atlético freia Real no Bernabéu e leva decisão para Calderón. CR7 preocupa

Não há nada de amistoso em uma disputa de Supercopa da Espanha. São somente dois jogos, mas vale título, e ninguém quer ficar atrás do rival - ainda mais quando do outro lado está um adversário centenário. Foi quente o primeiro encontro entre Real Madrid e Atlético depois da final da Liga dos Campeões, há pouco mais de três meses, conquistada pelos merengues. Desta vez, não houve vencedor. O empate por 1 a 1 prevaleceu e foi comemorado como vitória pelos colchoneros no Santiago Bernabéu.

Parecia tudo bonito para a festa da Real. Até os 42 do segundo tempo. O gol, que até então dava a vitória aos merengues, foi feito por James Rodríguez, o primeiro do colombiano com a camisa branca. A partida também ficou marcada pelas homenagens ao ex-jogador Di Stéfano, maior craque da história do Real, falecido há pouco mais de um mês. Um lotado Santiago Bernabéu aplaudiu Di Stéfano de pé, ao som de My Way, de Frank Sinatra, em uma cena emocionante. Mas os merengues não conseguiram completar a homenagem com vitória. Raúl Garcia, meio torto, meio estiloso, desviou a bola para dentro do gol de Casillas, após falha da zaga em cobrança de escanteio, e empatou o jogo.

Cristiano Ronaldo atuou 45 minutos e foi quem deu vaga a James, no intervalo. Depois de um início empolgante, foi caindo de nível, perdeu jogadas fáceis por desconcentração e saiu de campo com apenas uma finalização, de cabeça, por cima do gol. A substituição é um indício de que, ao contrário do que dizem os médicos do Real, o atual melhor do mundo não está 100%. Nas fotos da comemoração do título da Supercopa da Uefa ele já havia aparecido fazendo tratamento à base de gelo após a partida. O português vira dúvida para o jogo de volta, no Vicente Calderón, na próxima sexta-feira.

O Atlético de Simeone conseguiu, de certa maneira, fazer a ausência dos bons dribles e tabelas plásticas, ser bonita. As duas linhas de quatro, perfeitamente desenhadas no campo, foram de causa invejar em nós, brasileiros, ainda um pouco traumatizados pelo 7 a 1 para a Alemanha na Copa do Mundo. Assim como na temporada passada, a defesa do Atlético segue dando aulas de marcação, sem dar espaço para os adversários - zagueiro brasileiro Miranda, convocado nesta terça por Dunga, é uma dessas engrenagens. Mas o Atlético também deixou o jogo feio em alguns momentos, fazendo cera e catimba em todas as oportunidades que tinha. Tudo isso reflexo do bom trabalho do argentino Diego Simeone.

JOGO QUENTE. COMO MANDA O FIGURINO
Cristiano Ronaldo começou a partida em seu habitual ritmo infernal, buscando jogo, passando o pé por cima da bola. Só que o português foi rapidamente frustrado pelo Atlético de Madrid. Com duas linhas de quatro perfeitas na marcação, as mesmas responsáveis pelo título do Espanhol na temporada passada, os colchoneros não deram espaço para o atual melhor do mundo mostrar sua qualidade na primeira etapa.

Por isso, faltou futebol nestes 45 minutos iniciais. O Atlético jogou para não deixar o Real jogar. Do outro lado, os merengues tiveram problemas na articulação do jogo pela falta de entrosamento entre Kroos, Modric e Xabi Alonso, atuando juntos pela primeira vez no meio de campo, sem um armador mais ofensivo. Ancelotti tinha James Rodríguez, Di María e Isco no banco.

Esses elementos deixaram o jogo tenso, e um pouco violento. Com 12 minutos disputados, o Atlético já tinha dois cartões amarelos, para Koke, e Siqueira, que era quem tinha mais dificuldades no combate homem a homem, contra Bale, mas sempre contava com a boa cobertura de Godín. As poucas chances de finalizações criadas o Real mandou para fora. Foram duas as mais perigosas: aos 10, com Bale chutando de longa distância, e aos 40, quando o galês cruzou para Ronaldo, que cabeceou por cima.

O Atlético até chegou a levar perigo, mas também não teve categoria para abrir o placar. Jogando da maneira mais simples possível, os colchoneros não aproveitaram as chances que tiveram em contra-ataques por afobação. Mandzukic esteve duas vezes na cara de Casillas e deu dois presentes ao goleiro.

REAL MELHORA MESMO SEM CR7
O Real Madrid voltou para o segundo tempo sem Cristiano Ronaldo, mas melhorou na partida. James Rodríguez entrou atento e participativo. Jogando pela ponta esquerda, o colombiano preencheu bem a vaga de CR7 e auxiliou na armação do meio de campo. Aos poucos, os merengues foram se soltando e abusaram dos dribles para furar o bloqueio do Atlético.

Bale e Carvajal mostraram entrosamento pelo lado direito e foram os que chegaram mais perto de abrir o placar nos primeiros minutos. No entanto, sem pontaria. Os dois chutaram para fora suas melhores chances, aos 2 e 8, respectivamente. A pressão do Real esquentou ainda mais o jogo. Sergio Ramos e Mandzukic quase foram expulsos em disputa de bola mais ríspida, mas o árbitro resolveu tudo com dois cartões amarelos.

Só dava Real, ainda sem gol. O grito entalado demorou 35 minutos da segunda etapa para sair. James Rodríguez, em sua segunda chance de marcar, pegou sobra de bola mal afastada pela defesa e encheu o pé, dentro da área. A bola desviou em Ansaldi antes de entrar, só para aumentar o drama, e morreu no fundo das redes.

Poderia ter sido mais para o Real. Pepe quase marcou de cabeça após cobrança de escanteio aos 41. Mas a aplicação do Atlético de Madrid, e sua costumeira frieza jogando em estádios adversários, foi premiada no minuto seguinte. A zaga merengue falhou ao afastar bola levantada na área também em escanteio, e Raúl Garcia teve espaço para esticar o pé, e meio sem jeito, meio cheio de estilo, fazer o gol de empate. A decisão fica para o jogo do Calderón, na próxima sexta-feira.

Fonte: Com informações do Globoesporte

Comentários

Trabalhe Conosco