Ainda pode ser campeão -

Após 'abandono' e bronca da mãe, Medina diz que vai ficar na água até o fim das baterias

O título mundial não veio, mas Gabriel Medina está de volta ao Brasil, após dois meses competindo no exterior (Taiti, França e Portugal). A ideia era ter um retorno triunfal ao país. Mas, na semana passada, o fenômeno brasileiro caiu na terceira rodada do WCT de Peniche, em Portugal, e perdeu a chance de assegurar de forma antecipada o inédito caneco para o surfe nacional. No retorno ao solo brasileiro, Gabriel revelou que a bateria que custou sua eliminação gerou uma bronca da mãe dele, Simone. Ela não gostou nada de ver o filho abandonando o mar quando ainda faltavam cerca de 2 minutos de disputa, tempo suficiente para tentar uma virada sobre o americano Brett Simpson, que acabou vencendo por 12,50 a 12,06. O surfista aceitou a bronca e prometeu só sair da água no fim das suas próximas baterias. A prova da lição vai acontecer no WCT de Pipeline, no Havaí, entre os dias 8 e 20 de dezembro, quando o paulista depende apenas de si para ser campeão mundial.

- Saí dois minutos antes, mas foi um engano. Não consegui escutar o tempo que restava, falam em inglês e entendi errado, achei que faltassem alguns segundos. Achei que era a última onda e saí mais cedo. Quando saí da bateria minha mãe veio brigar comigo: "Por que saiu mais cedo? Volta lá, ainda temos tempo!" - afirmou Gabriel, que depois demonstrou ter aprendido.

- A partir de agora, eu só só vou sair da água depois de escutar a sirene que mostra o fim da bateria. Vou ficar lutando até o fim - completou Medina.

A despeito da queda prematura e do triunfo do australiano Mick Fanning em Peniche, o paulista de 20 anos continua liderando o ranking. Assim, ele dependerá apenas dele na última etapa da temporada, o WCT de Pipeline, no Havaí, entre os dias 8 e 20 de dezembro. Precisa avançar à final na disputa realizada na meca do surfe ou chegar mais longe do que Fanning. Caso ele vença duas baterias, já tira o mito americano Kelly Slater da briga. Mas Gabriel não quer pensar em fazer o mínimo, o foco dele é ser o ganhador da etapa derradeira do circuito mundial.

- Na etapa do Havaí, os dois (Mick e Kelly) normalmente têm bons resultados. Esse é o meu quarto ano no circuito e competi quatro vezes lá. O meu foco é ir lá para ganhar. Eu tenho certeza que eles vão chegar nas quartas de final para cima. Eu não vou pensar neles, vou pensar na vitória para garantir o título mundial sem depender de ninguém - afirmou Gabriel, em entrevista coletiva num hotel perto do Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos.

Com os 10.000 pontos que ganhou com a vitória no WCT de Peniche, o australiano Mick Fanning ultrapassou o americano Kelly Slater (50.050) na vice-liderança do ranking, com 53.100, e encostou em Medina, que tem 56.550 pontos. É o duelo entre um tricampeão mundial, um 11 vezes campeão do mundo e um jovem na luta pelo primeiro título. Uma pressão e tanto, mas Gabriel faz questão de dizer que está tranquilo.

- Ganhar esse título mundial ia ser muito importante para a minha carreira e para o Brasil, ainda mais tendo o Kelly Slater competindo. Ele tem 42 anos e com ele na disputa fica mais especial. Estou vivendo um sonho. Eu tive ótimos resultados esse ano. Claro que esse último poderia ser melhor, mas pressão eu não sinto. Eu tenho 20 anos e pelo menos mais dez anos de carreira. Vai ser o que Deus quiser, eu não vou desistir nunca.

Fonte: com informações do Globoesporte.com

Comentários

Trabalhe Conosco