Campeão do peso-pena do UFC -

Aldo se compara a Neymar ao explicar reconhecimento do público no Brasil

Campeão do peso-pena do UFC, José Aldo é um dos atletas brasileiros mais conhecidos na atualidade. Para quem mora nos Estados Unidos, é difícil mensurar o apelo que o lutador tem onde nasceu. Para tentar explicar à imprensa americana o reconhecimento que possui em seu país, o representante da Nova União recorreu ao futebol e se comparou ao atacante Neymar, craque da Seleção.

- Grande, muito grande (no Brasil), até porque, graças a Deus, a mídia brasileira está cobrindo o UFC hoje em dia. É um reconhecimento como se fosse o Neymar - declarou Aldo, na segunda-feira, em Las Vegas, ao cumprir uma das etapas do tour mundial de divulgação do combate com Conor McGregor, programado para o UFC 189, dia 11 de julho.

Questionado diversas vezes sobre as provocações do irlandês, Aldo demonstrou tranquilidade. Mas frisou o discurso de Dedé Pederneiras, seu técnico, que veio à tona através de Dana White. Se for encostado pelo adversário, irá revidar.

- Eu não sei o que ele estava falando, mas pode falar o que for, porque não entendo nada mesmo (riso). Vou ficar rindo da cara dele, porque é um imbecil. Se ele me tocar, com certeza, vai rolar um algo a mais.

Confira abaixo a coletiva na íntegra:

Incômodo com provocações

Eu morei, sim, na favela, então não fiquei chateado. Faz parte. Ele é um provocador, se eu for ligar para isso, estou ferrado. Relaxo, procuro ficar tranquilo. Para mim, isso é normal.

McGregor como desafiante

Não falo em merecimento. Acho que ele fez 50% por merecer, e os outros 50% conseguiu falando. Ele nunca pegou nenhum top 5 da categoria, mas achei bom. Tudo isso que está acontecendo aqui é graças a ele também.

Cansaço por ouvir e responder as mesmas questões

Não digo cansado, faz parte. Ele sempre falou desse jeito, não vejo problema nenhum. É meu trabalho. Não fico preocupado se tenho que responder as mesmas perguntas.Perda de foco por conta das provocações

Estou fazendo o lado da promoção. Na luta, é o Aldo. Nada vai tirar meu foco. Treino bastante pensando nos meus ideais, e não no que estão falando.

McGregor o tirou do sério?

A mim? Não, em nenhum momento me tirou do sério. Está mais fácil me tirar do sério rindo. Meu forte é a cabeça. Para entrar dentro dela é impossível. Não fico nem preocupado. O cara a cara não quer dizer nada. Eu entrei na cabeça dele. Ele sabe o que o espera. Eu olhei nos olhos dele e vi como ele está. Lá atrás, o Conor sempre foi um grande fã meu, um cara que tentava me imitar quando estava começando. Eu já o observo há muito tempo, já o estudei, vi os movimentos deles todos. Sei o que tenho que fazer.

Roupa de rei

Sempre falei que eu era o rei, não foi a primeira vez. Como sempre falo: "I'm the greatest (Eu sou o maioral)". O lance de bobo veio na luta contra o Chad. Ele (Conor) era o bobo porque não era nada ainda. Foi a primeira vez que viram aqui (EUA), mas no Brasil eu já tinha me vestido de rei.

Respostas à altura

Eu já vinha sendo o campeão por muito tempo e não tinha o reconhecimento como merecia. Tudo surgiu em uma conversa com o Dedé. Na luta do Chad Mendes empurrei, dei uma provocada. A gente procura se vender mais. Tem o lado do marketing também. Não é só chegar lá e lutar. Do lado de fora também temos de fazer nosso trabalho. Antigamente eu não gostava (de provocar). Hoje em dia acho que temos que fazer isso. Essa provocação chama a atenção, faz a coisa se tornar bem maior.

Reação ao ver McGregor pular o octógono

Eu achei engraçado (risos). Ele veio e ficou gritando, não fez nada, ficou agarrado ao segurança. Foi uma cena engraçada.

Situação semelhante na carreira

O primeiro a fazer isso foi o Cub Swanson, na época do WEC. Ele falou muitas coisas durante a semana, provocou bastante. Cheguei lá e passei por cima dele. Agora será a mesma coisa.

Desafio maior que o McGregor

Todas as lutas foram os maiores desafios. Não vejo o atleta, me preocupo com a luta. Treino bastante, independentemente de quem seja. O Urijah (Faber) foi um cara para quem treinei bastante. Não que tenha ficado preocupado, mas treinei bastante, pois sabia que ele era muito duro.

Preocupação maior contra Faber ou McGregor

Eu estava lutando na casa dele, contra a torcida. É um cara muito duro, muito bom. Para essa estou mais experiente, passei por coisas piores, estou bem tranquilo. Tudo depende de mim e da minha equipe. Imagino o ginásio lotado, todo mundo vibrando, esperando o momento. E, com certeza, será com vitória minha. Geralmente não falo como vou vencer, mas garanto que irei vencê-lo.

Pressão por finalização

Pressão nunca coloco na minha cabeça. Esqueço isso tudo. Luto por mim. A pressão fica lá fora. Quando você é o campeão, você é muito mais estudado, tem mais olhares em volta. O cara também se preparou muito, querendo ou não, é a luta da vida dele. Queria entrar, dar um soco, acabar a luta e voltar para casa. Nem sempre isso acontece. Fico bem tranquilo. Treino bastante. Se eu puder acabar antes, vou acabar, mas estou sempre preparado para lutar cinco rounds.

Preocupação pela luta ou pela pressão?

Essa pressão não é nada, faz parte do trabalho, é muito mais tranquilo. Lá dentro é que temos que chegar e provar. Falar até papagaio fala. Lá dentro é que tenho que me concentrar e fazer meu trabalho.

McGregor está preocupado em enfrentá-lo?

Com certeza. Quem for enfrentar o Aldo, sempre estará preocupado, pois sabe que tenho habilidades para tudo lá dentro.

Limite da provocação

Eu não sei o que ele estava falando, mas pode falar o que for, porque não entendo nada mesmo (risos). Vou ficar rindo da cara dele, porque é um imbecil. Se ele me tocar, com certeza, vai rolar um algo a mais.

Gesto obsceno no Rio de Janeiro

Ele ficou irritado com isso (Aldo mostrou o dedo médio ao oponente), com certeza. O público gostou também. Tem todo um jogo. Temos que atuar um pouco. Ele vinha provocando lá atrás (nos bastidores), mas ninguém viu. Ali foi só uma resposta a ele.

Mais fama e dinheiro após a luta

Com certeza (risos). A intenção é essa, não só minha, mas de todo mundo. O pensamento é tornar a luta maior possível. Estamos fazendo esse tour para divulgar a luta e trazer um retorno grande para nós.

Peso-pena e próximo passo

Ele aparecer foi uma coisa boa. Deu uma movimentada não soh pra mim como para todos, deu uma remexida. Primeiro tenho que vencer e, aí sim, pensar em outra coisa. Mas deixo nas mãos do Dana e do pessoal do Ultimate para que eles resolvam. A superluta que poderíamos fazer era com o Anthony (Pettis), mas ele perdeu, o que nos deixou de lado um pouco sobre isso ou subir de categoria.

Reconhecimento em relação a Ronda e Jones

Eu tenho o respeito, mas não o reconhecimento devido. Não falo inglês, isso atrapalha, querendo ou não. A Ronda faz filmes, o que a torna bastante grande. O Jon Jones é daqui, fala sempre com pessoas daqui. Isso ajuda. Mas, no Brasil, sou muito maior do que os dois.

Reconhecimento no Brasil

Grande, muito grande, até porque, graças a Deus a mídia brasileira está cobrindo o UFC hoje em dia. É um reconhecimento como se fosse o Neymar.

Política antidoping e caso Anderson

(O caso) não me afeta em nada, mas vejo sempre pelo lado bom: para o esporte se tornar maior ainda, o controle tem que ser mais rigoroso, sim. Se puder me testar e testar o Conor, não vejo problema nenhum. Estou aberto a tudo que for possível para melhorar o esporte. Não condeno o Anderson, se ele fez o que fez, não sei como foi. Não conversei particularmente com o Anderson, então não sei dizer o que aconteceu.

Fight Week

É ótimo. Sempre quis lutar nos grandes eventos. Participei e lutei nos maiores eventos e esse é mais um. Fico muito feliz. Vivi outras vezes essa situação e poder viver de novo será ótimo.

Mudanças de campeões

Tenho que olhar essa lutas que os campeões perderam. Vejo isso como aprendizado. Ninguém é melhor do que ninguém. Isso faz parte, estarei sempre muito preparado. Não caio na zona de conforto para que as coisas não deem errado.

Aprendizado em Anderson x Weidman

Aprendi não só nessa, como na luta do Barão (contra TJ Dillashaw). Quando você se acha muito acima do outro, relaxa e procura fazer coisas que acha que estão no seu controle, isso pode causar seu erro. Por isso estou sempre lutando sério para vencer as lutas.

Fonte: Com informações do G1

Comentários

Trabalhe Conosco