Craque veio do Milan -

20 mil torcedores lotam Morumbi e recebem Kaká, vai usar a 8

Se todo bom filho a casa torna, Kaká está de volta ao Morumbi. O palco da decisão do Torneio Rio-São Paulo em que o ainda garoto explodiu para o futebol, em 2001, recebeu neste domingo mais de 20 mil torcedores para recepcioná-lo. Agora, mais maduro, melhor do mundo, e ávido por mostrar que ainda pode jogar em alto nível 11 depois de trocar o Tricolor pelo Milan.

O movimento na casa são-paulina foi intenso desde as primeiras horas da manhã, quando os portões foram abertos para a entrada gratuita dos torcedores. O clube montou um palco atrás de um dos gols para festejar e uma banda animou a festa. Lá, ao lado dos outros ídolos Rogério Ceni e Luis Fabiano, Kaká apareceu para vestir a camisa 8, que pertencia a Souza desde o início desta temporada. Ele recebeu o uniforme dos dois companheiros, foi ovacionado pelos são-paulinos e cantou o hino do clube.

- Emocionante, 11 anos depois, voltar ao clube que me formou, onde cresci, onde comecei a jogar, ver vocês (torcedores), meus amigos e minha família aqui... É um dia muito especial para mim. O São Paulo me lançou para o futebol mundial e hoje poder estar de volta, é um dia muito especial e memorável - disse ele aos são-paulinos.

- Eu estou muito feliz. Não vejo a hora de jogar, minha família e meus filhos também. Ansioso para começar a jogar, com esses dois ídolos aqui. Obrigado a todos e será muito especial. Não sei quando vou jogar, mas será o mais rápido possível - completou.

Rogério e Luis Fabiano festejaram o retorno do astro ao Tricolor. Ambos jogaram com ele na primeira passagem pelo clube.

- Estou muito feliz de poder jogar outra vez com ele, fazer aquela parceria de sucesso - disse o Fabuloso.

- Espero que daqui seis meses possa vê-los novamente quando for dar adeus. Hoje, o motivo é outro. Acho que o Kaká traz um acréscimo de integridade. Não é toda hora que podemos trazer um grande jogador. É um grande profissional e um grande amigo - falou Ceni.

O meio-campista ficará no São Paulo por apenas seis meses. Depois disso, passará a atuar na Major League Soccer (MLS) pelo Orlando City, com quem assinou contrato na semana passada. O tempo é curto, mas capaz de fazer a torcida sonhar com o título da Copa do Brasil, do Campeonato Brasileiro ou, no mínimo, com uma vaga na Taça Libertadores de 2015.

Com o contrato curto, o São Paulo quer colocar Kaká rapidamente em campo no Campeonato Brasileiro. A ideia da diretoria e da comissão técnica é de que o jogador estreie no dia 19 de julho, contra o Chapecoense, às 18h30, no Morumbi. Antes, o Tricolor pega o Bahia, dia 16, na Fonte Nova.

Kaká tinha vínculo de mais um ano com o Milan, mas o contrato foi quebrado sem custos por causa de uma cláusula que permitia a rescisão pelo fato da equipe italiana não ter garantido vaga para a Liga dos Campeões da Europa.

Na equipe profissional do Tricolor, Kaká atuou por dois anos, disputou 131 jogos, marcou 48 gols e conquistou o título do torneio Rio-São Paulo de 2001.
Confira a entrevista coletiva de Kaká:

Situação do futebol brasileiro na volta:
- Acho que o futebol brasileiro precisa de algumas mudanças, principalmente no calendário de jogos. Isso diminui muito a condição técnica do jogador durante as competições. Outras seleções poderiam ser feitas. Mostra que ainda temos os talentos.

Saída do Neymar da Copa:
- Eu, como todo amante do futebol, fico triste. O Brasil e a Copa perdem. O que se espera é que a saída do Neymar que os jogadores saibam usar isso. Que seja um empurrão para o restante da Copa.

Como será a relação com a torcida:
- De alguma forma tudo concorre para o bem. Minha saída do São Paulo naquele momento, criticado por parte da torcida, fez com que eu amadurecesse. Essa demonstração da torcida de hoje é um incentivo para mim. O torcedor queria a minha volta, e eu também. Era um desejo meu que fosse por aqui. De certa forma, está todo mundo feliz.

Forma de atuar:
- Acho que estou mais maduro e experiente dentro de campo. Consigo ter visão de jogo melhor do que quando mais novo. Consigo escolher melhor as jogadas. Acho que isso mudou na minha forma de jogar. Quando é moleque vai no impulso e no improviso, o que é muito legal também. Hoje, mais experiente, enxergo mais o jogo e tenho mais sabedoria pra escolher as jogadas

Ficar fora da Copa no Brasil:
- Não foi uma frustração. Fiz tudo o que eu podia, desde a saída do Real Madrid e a ida para o Milan. Eu precisava recuperar a alegria de jogar e a continuidade de jogo. Felipão fez outras escolhas. Por isso, não fico frustrado. Fiz o que eu podia. De verdade, espero que o Brasil seja campeão.

Desafio nos Estados Unidos
- Sempre preservei por construir coisas a longo prazo, relações muito longas. Minha escolha de ir para os Estados Unidos também é assim. Passei por três clubes de muita tradição e agora vou jogar em um clube que vai estrear na Liga. É uma coisa nova, uma liga em desenvolvimento. Espero ajudar sendo embaixador da liga americana. Não estou indo para encerrar minha carreira. A parte financeira nunca foi a prioridade. Poderia ter ido para a Ásia, mas essa não foi a escolha.

Reestreia no São Paulo
- Não sei ainda a data exata da estreia. Estou em campo há uma semana e me preparando fisicamente. Espero começar treinar com o time em breve e decidir o momento exato da estreia. Fico ansioso, acredito que o torcedor também. Não quero começar jogar e ficar parado por alguns problemas. Prefiro esperar uma semana a mais do que ficar indo e voltando.

Fonte: Com informações do Globoesporte

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