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Mulher que nasceu sem braços se torna piloto de avião: 'Sempre destemida'

A primeira coisa que as pessoas notam quando encontram a americana Jessica Cox, 32, é que ela não tem braços - Cox está acostumada com os olhares. Mas quando conhecem a primeira piloto sem braços e faixa preta do mundo, descobrem que a deficiência não define quem ela é.

Cox nasceu sem os membros superiores em um caso que até hoje desafia os médicos por não haver uma causa para sua deficiência. Desde cedo, ela se adaptou à sua condição com a ajuda da família e do esporte. À Marie Claire americana, a piloto, que também trabalha como palestrante motivacional, falou sobre sua rotina e como entrou para a história da aviação.

MC: Ser a primeira pessoa sem braços a pilotar um avião é bastante impressionante.
JC: Se você me perguntasse sobre a obtenção de uma licença de piloto antes de 2005, eu diria que você estava louca. Depois de me formar na faculdade, um piloto de caça me perguntou se queria voar em um monomotor. Sempre tive um medo de estar em um avião, mas aceitei a oportunidade. Fiquei viciada e fiz um comentário sobre me tornar uma piloto. Queria motivar os outros a não deixarem o medo ficar no caminho das oportunidades.

MC: De que exatamente você tinha medo?
JC: Bem, era perder o contato com o solo, não a altura em si. Sempre fui destemida, eu gostava de escalar e olhar para baixo a partir de novas alturas. Mas talvez fosse a falta de controle. Logo aprendi que, se você pode voar um avião com competência, você pode voar com segurança, mesmo se algo acontecer.

MC: Em seu site está escrito: "Foram necessários três estados, quatro aviões, dois instrutores de voo e um ano desanimador para encontrar a aeronave certa". Por que demorou tanto tempo até conseguir a licença em 2008?
JC: Não só era um medo emocional, que não me parou, mas era mais um desafio logístico. Aviões não são projetados para serem pilotados com os pés. Eu voei em um Ercoupe, que é o único sem pedais no leme. Ele não é um avião que foi modificado por mim, ele não foi construído para mim. Eventualmente encontrei um Parrish Traweek com o qual treinei, pois possuía seguro que permitia uso por estudantes.

MC: Como é estar no ar?
JC: Decolar não é nada assustador, mas aterrissar, sim. Quando está no ar, você sente aquela sensação de liberdade sem limites.

MC: Você não é um caso de amputação, pois nasceu sem braços e sem explicação médica. Foi frustrante não ter nenhuma compreensão sobre seu corpo quando era mais jovem?
JC: Me incomodou um pouco porque estava muito insistente em encontrar uma resposta. A maioria das crianças é curiosa sobre o que as torna como são. Fui até minha mãe e perguntei: "Por que sou diferente? Tem tantas pessoas ao meu redor com braços ..." Pelo que vi, era a única que não tinha.

MC: Você optou por alguma prótese?
JC: Usei aos 11 anos. Elas se tornaram parte da minha rotina diária. Eu as colocava assim como vestia um casaco (ou equipamento de futebol) para ir à escola. Eu tinha muita paciência com elas e com a terapia, mas não gostava. Minha mãe sabia disso, mas ouviu do especialista que eu precisava delas durante o desenvolvimento. Os médicos diziam que se eu não aprendesse a usá-las enquanto era mais jovem, não havia nenhuma chance de que seria capaz de usá-las na vida adulta. Eles tinham que ter certeza de eu teria esta opção. Veio o oitavo ano, aos 14, e eu me livrei delas.

Fonte: Com informações da Marie Claire

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