Cantor luta pela vida -

Médico aponta anabolizantes como causa de complicações de Netinho

O Fantástico mostrou os bastidores do drama de um ídolo da música brasileira. O que está acontecendo com cantor Netinho, internado, em estado grave?

Desde a madrugada da última sexta-feira (3), Netinho luta pela vida no segundo andar do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Ele já respira naturalmente, sem a ajuda de aparelhos. Mas o quadro continua grave.

O drama de Netinho começou no mês passado, em Salvador, na Bahia. Tudo começou com uma dor forte na coxa direita. Netinho, praticante de musculação, sentiu a perna após um treino. Procurou a emergência de um hospital no dia 18 de abril. Depois de uma série exames, os médicos constataram uma lesão incomum: o rompimento do músculo ilíaco.
“Não foi encontrada lesão parecida na literatura avaliada até agora”, afirma o médico de Netinho, Jackson Noya.

Para tentar entender o que estava acontecendo, o Dr. Jackson Noya, médico de Netinho há sete anos, decidiu fazer mais exames. Numa ressonância da área do abdômen, a descoberta: alterações no fígado.

“Havia sinais de um problema hepático, que foi descoberto de uma forma incidental”, explica o cirurgião Jorge bastos.

Os médicos realizaram uma biópsia hepática. Orientado por imagens de tomografia, o médico insere uma agulha e perfura o fígado. Dali, retira um pedaço, uma amostra.

Depois que o procedimento termina, é normal acontecer um pequeno sangramento.

É o que explica um especialista da Universidade de São Paulo, em entrevista ao repórter José Roberto Burnier.

“Qualquer biópsia no fígado é um método que é minimamente invasivo. Você está introduzindo uma agulha num órgão que é esponjoso”, diz Flair Carrilho, Presidente da Faculdade de Medicina da USP.

O cantor foi mantido em observação por mais 24 horas. Na noite de 23 de abril, teve alta e voltou para casa. Mas horas depois, ao sentir muitas dores no abdômen, precisou voltar ao hospital.

“Comprovou-se que havia realmente um sangramento dessa área que foi biopsiada”, conta o dr. Jorge Bastos.

"O sangramento aconteceu após 24 horas, isso é muito atípico”, afirma o médico hepatologista Raymundo Paraná.

“Alguma coisa aconteceu que motivou esse sangramento tanto tempo depois”, avalia o Dr. Jorge.

Em geral, quando há um sangramento em decorrência da biópsia, o próprio fígado estanca esse sangue. É uma defesa natural do corpo. Mas não foi o caso de Netinho.

Uma hemorragia muitas horas depois da biópsia, um rompimento muscular raro dias antes. Os médicos começaram a suspeitar de que poderia haver uma causa única que estava provocando todos esses problemas.

É provável que tenha o uso de algum medicamento que inclusive já havia sido prescrito pra ele pra estimular o crescimento muscular, como hormônios anabolizantes. Várias substâncias que são utilizadas para a fisicultura. E eventualmente algumas que são utilizadas também supostamente para reverter ou deter o envelhecimento”, analisa o médico Jorge Bastos.

“Nós temos prescrições médicas, de médicos fora da Bahia, que foram prescritas diversos medicamentos desse tipo pra ele”, completa o médico.

Esteróides e anabolizantes, usados para enrijecer a musculatura. Remédios antienvelhecimento, que incluem hormônios como a testosterona e a progesterona, e o GH, o hormônio do crescimento.

O uso dessas substâncias com fins estéticos é proibido pelo Conselho Federal de Medicina: “Essas drogas podem produzir dilatações no sistema muscular do nosso fígado”, explica Flair Carrilho.

Esse coquetel tóxico, segundo os médicos fez com que os vasos do fígado de Netinho se dilatassem. As substâncias também dissolvem os coágulos que ajudam a estancar o sangue. Com isso, ocorrem hemorragias.

A equipe médica do Hospital de Salvador diz que soube do uso do coquetel só depois da complicação na biópsia.

“Nós não tivemos todas as informações necessárias para alguns procedimentos ou alguma possíveis precauções de procedimentos imediatos”, conta Dr. Jackson Noya.

Fonte: Com informações do Fantástico

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