Drama francês sobre imigrante -

Dheepan, do Sri Lanka, é o vencedor da Palma de Ouro em Cannes

"Dheepan", drama francês sobre um ex-guerrilheiro do Sri Lanka que migra para a Franca e enfrenta a violência, venceu a Palma de Ouro em Cannes. "Agradeço a Michael Haneke por não ter filme este ano", brincou o diretor, que já havia perdido a Palma por "O Profeta" para "A Fita Branca", do diretor austríaco, em 2009.

Num ano em que a seleção francesa foi muito criticada pela baixa qualidade dos filmes, foi constrangedor e injusto ver o país anfitrião levar três prêmios entre as oito categorias da competição - além da Palma de Ouro, os prêmios de ator e atriz. Aclamado pela crítica, o chinês "Mountains May Depart" (As montanhas podem partir), de Jia Zhangke, saiu sem prêmio algum.

Com seu primeiro longa-metragem, o húngaro László Nemes venceu o Grande Prêmio do Júri, segundo lugar da competição, com "Son of Saul" (O filho de Saul), sobre um judeu que quer dar um enterro digno para o seu filho em meio a barbárie dos campos de concentração. Ele defendeu o direito de alguns cineastas de ainda filmar em película 35mm, num mundo cada vez mais dominado pelo cinema digital.

"The Lobster", um dos filmes mais comentados do festival, sobre um hotel no qual os solteiros têm até 45 dias para encontrar um namorado ou sao transformados em animais, levou o Prêmio do Júri, uma espécie de terceiro colocado entre os filmes vencedores.

O júri presidido pelos irmãos Joel e Ethan Coen surpreendeu ao dividir a Palma de melhor atriz entre a americana Rooney Mara, pelo drama "Carol", e a francesa Emmanuelle Bercot, por "Mon Roi" (Meu rei). Mais surpreendente ainda foi premiar Mara e não a protagonista Cate Blanchett, que vive a personagem-título na história do amor proibido entre duas mulheres nos EUA dos anos 50. O diretor do filme, Todd Haynes, subiu ao palco para receber o prêmio por Mara, que já tinha ido embora de Cannes.

Outro francês quase desconhecido no Brasil, Vincent Lindon, levou a Palma de ator com o personagem de um executivo de 51 anos, desempregado há 20 meses, que enfrenta um dilema moral em seu novo trabalho no francês "La Loi du Marché" (A lei do mercado).

Diretor de obras-primas como "Flores de Shanghai", o taiwanês Hou Hsiao Hsien venceu a Palma de melhor diretor por um filme de artes marciais, "The Assassin" (A assassina), passado no século 9.

O diretor e roteirista mexicano Michel Franco ficou com o prêmio de melhor roteiro por "Chronic", em que Tim Roth vive um enfermeiro solitário com um segredo no passado que cuida de pacientes terminais.

O colombiano "La Tierra y la Sombra", que tem coprodução da brasileira Pretaportê Filmes, venceu o prestigioso Caméra d´Or, para o melhor diretor estreante em longas-metragens, entre os 26 exibidos no festival. No filme, um homem volta a fazenda de cana de acucar onde vive sua família para cuidar de um filho doente.

A francesa Agnes Varda, única mulher da Nouvelle Vague nos anos 60, recebeu uma Palma de Ouro honorária pelo conjunto da carreira. Ela lembrou que, ao contrário dos ganhadores anteriores - Clint Eastwood, Woody Allen, Bernardo Bertolucci -, seus filmes independentes nunca fizeram milhões nas bilheterias e considerou este um "prêmio de resistência" do cinema de autor.

Fonte: Com informações do UOL

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