SENADOR ELEITO -

PP diz que rompe com Wilsão e um dia depois, muda opinião

O senador eleito Ciro Nogueira está neste momento incomunicável muito provavelmente para não ter que prestar esclarecimentos sobre declarações suas ao jornalista Allisson Paixão, aqui do 180graus, feitas no domingo, dia 2, pela manhã, e que tiveram repercussão imediata na mídia e nos meios políticos.

Ele disse textualmente, em entrevista gravada pelo jornalista, que seu partido teria uma postura de "independência" em relação ao governo Wilson Martins deixando claro que estava insatisfeito por conta de não ocupar espaços no 1º escalão do governo como pretendia fazer. Era um rompimento a Wilsão, mas sem ser oposição.

Quando foi na segunda-feira, dia 3, à tarde, a assessoria de imprensa de Ciro Nogueira, num email intitulado 'PP aguarda conversa com o governador Wilson Martins', enviado pelo 'cironogueirasenador@gmail.com', assinado pela assessora Sanmya Meneses, ele demonstrou que mudou de opinião e ainda lutar sim por participação no Governo.

Para os comentaristas da política local, trata-se de algo comum por estas bandas: usar de veículos de comunicação para fazer chantagem com os governos. Foi algo parecido com o que fez o secretário de Turismo, Silvio Leite, que até chorou na televisão para comover sua excelência a mantê-lo no cargo (e conseguiu), numa atitude que pode até ser entendida desta mesma forma.

A chantagem vem sendo instrumento político bastante comum no Piauí em que os governantes necessitam de maioria no Legislativo afim de encobrir supostas irregularidades por eles praticadas ao longo do mandato, tanto que faz-se muito por isso -até mesmo leilão de cargos públicos, que são rateados entre partidos e lideranças. Nesta terça-feira, dia 4, apareceu a nova informação sobre o notável senador eleito, de acordo com sua assessoria, onde diz, após chamar a informação de boato: "Prefiro comentar pessoalmente sobre o assunto. Devo conversar com o governador Wilson Martins em data ainda ser definida".

Fica evidente que este tipo de postura, que não é particular de Ciro Nogueira, em nada contribui para o desenvolvimento sócio-econômico e cultural da população, porém demonstra de forma cabal que a palavra não vale mais nada para os políticos, que antes eram até chamados de senhores, mas que hoje são tachados, nas ruas e praças, lugares de aglomeração popular, de oportunistas - querem apenas o poder pelo poder e em nome disso não perdem nenhuma oportunidade de pressionar seus próprios aliados.

CASO SEMELHANTE: CRISE FINANCEIRA
No passado recente, costumamos ouvir no mundo ilusório do governo de que as finanças do estado estavam equilibradas e que o grande responsável por isso era ninguém menos do que o ex-secretário de Fazenda, Antonio Rodrigues Neto, sendo que o próprio atual governador contribuiu, e muito, para difundir esta falsa afirmação, que ele agora comprova na carne. O atual secretário de Fazenda, Silvano Alencar, afirma que existe crise - a mesma que era negada no governo anterior; e o governo não tem mais para onde correr. Por isso, não se pense que Wilson Martins está mandando arrochar despesas de custeio e manutenção e cancelando contratos com terceirizados e comissionados porque tem a austeridade nos gastos públicos como meta em si - muito antes pelo contrário, o que acontece é que a crise existe e finalmente é admitida.

POR FALAR EM FINANÇAS, QUE SITUAÇÃO...
Pior que isso. Se Wellington Dias contou com a bênção dadivosa de Lula, o mesmo não acontecerá com Wilsão em relação a Dilma que promete ser uma presidente dura, que não admite politicagem com os recursos públicos. Caso se confirme tal expectativa, o governador realmente está em maus lençóis, porque não temos mais o parque nacional da Serra das Confusões para ser vendido ao governo federal, não temos mais o parque da Serra Vermelha para ser explorado por carvoarias nem tampouco o BEP para ser vendido ao Banco do Brasil. O negócio parece mais feio do que pintam, notadamente quando surgem informações de que o "rombo" nas finanças públicas do estado chega ao patamar apocalíptico de R$ 600 milhões.

MAS O POVO ACEITA E CONTINUA VOTANDO NELES
Lamenta-se que a maioria da população esteja aceitando tudo isso acontecer de forma passiva e até colaborativa, porque ajudou a eleger a verdadeira "árvore genealógica" que hoje está no poder - mulher de governador na Assembleia, mulher de ex-governador também na Assembleia, filho de ex-deputado como deputado, filho de deputado federal em cargo de secretário, filha de deputado estadual guardando vaga para o pai que ainda não tomou posse, mulher de deputado federal que se elege senador também eleita para ocupar sua vaga na Câmara Federal e assim por diante - muito mais diante do que se pensa. O que se vê no Piauí de hoje é uma depreciação moral sem precedentes da atividade pública que deveria ser nobre porquanto lida com o interesse maior da sociedade; o que se vê é a transformação do estado em laboratório para as piores práticas políticas - e tudo isso, meus senhores e minhas senhoras, em pleno século XXI.

Fonte: None

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