Eleições Municipais -

Análise por Zózimo Tavares: O PMDB e o acaso

No bloco governista, o PT, o PTB, o PSB e até o PDT reivindicam

cadeiras à mesa das discussões da sucessão estadual de 2.010.

Mas, até o momento, o PMDB não cogita tal pretensão. Seria areia demais para seu caminhão, pois, enquanto os demais partidos governistas ainda soltam rojões pelas vitórias alcançadas no último dia 5, os peemedebistas estão acabrunhados com as derrotas sofridas.

Há 14 anos, o PMDB vivia uma crise parecida. Sem candidato a governador nas eleições de 90, quando o partido se contentou em indicar o candidato a vice do tucano Wall Ferraz, em 1994 era que a sigla estava fraca mesmo. Sem governo e sem perspectiva de poder. Ninguém com alguma expressão eleitoral no partido queria ser candidato ao governo.

Mas aí, praticamente do acaso, surgiu a candidatura de Mão Santa, que entrou no partido já na última hora das filiações, mais para ser candidato a vice-governador na chapa encabeçada pelo prefeito Wall Ferraz. Não vingou a nova candidatura de Wall. Mão Santa ocupou o seu lugar, eletrizou o partido, encantou o eleitorado e virou governador.

Em 1998, o PMDB estava lá, no poder, firme e forte, concorrendo à reeleição de Mão Santa, contra o maior líder oposicionista de então, o senador Hugo Napoleão. Nova vitória. Mão Santa foi apeado do poder durante o segundo mandato. Mesmo ferido de morte, o partido foi à luta e bancou a candidatura do petista Wellington Dias ao governo.

Com a vitória de Wellington, a vez era novamente dele, em 2006, quando foi para a reeleição. Sua primeira opção era uma composição com o PMDB. O senador Mão Santa recusou a proposta para sua mulher, dona Adalgisa, ser a vice do governador. Preferiu medir forças com os correligionários na convenção. Ele venceu, mas não levou. Os peemedebistas que tinham voto descarregaram sua votação no governador.

Com isso, o senador Mão Santa perdeu a eleição para o governo e o PMDB ficou com apenas alguns cargos sem muita expressão na administração estadual. Os cargos foram entregues aos parlamentares que ficaram contra a candidatura própria e apoiaram a do governador.

Assim, de derrota em derrota, o PMDB está outra vez enfraquecido, sem perspectiva de poder, como em 94, e sem chances de reunificação a médio prazo. E, sem um racha no esquema governista, não receberá qualquer convite para sentar-se à mesa da sucessão de 2.010.

Fonte: Zózimo Tavares

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