Mudanças impostas pela prefeitura no Corso de THE desagrada foliões

A Fundação Municipal de Cultura Monsenhor Chaves (FMCMC) anunciou esta semana novas medidas para a festa, mas algumas mudanças não agradaram muito os foliões que gostariam de curtir a festa com mais liberdade. Uma delas se refere à possibilidade de implantação de grades metálicas que devem separar o público da fileira de caminhões.

O objetivo das grades é fazer com que a grande quantidade de pessoas não atrapalhe o andamento do desfile, que já chegou a ter 420 caminhões inscritos. Mas para o professor Eugênio Rego, que costuma participar da festa, a medida não agrada, pois acaba restringindo a participação popular. "Colocar grades não é a solução. Isso faz é afastar as pessoas de uma festa que é de rua e talvez possa até tumultuar o evento", comenta.

Para os foliões, o grande barato da festa é poder estar próximo dos caminhões, podendo se deslocar ou "ir e vir" livremente.

O presidente da Fundação Cultural do Piauí, Lázaro do Piauí, disse que a ideia é ter um corredor para que as pessoas possam apreciar a beleza dos caminhões com maior tranquilidade e segurança. "A informação sobre as grades ainda não foi confirmada, mas existe essa possibilidade. Pensamos nisso com o intuito de promover a segurança do folião", destaca o presidente.

Além das grades, a Fundação anunciou também outras medidas a serem implantadas no evento deste ano. De acordo com as novas regras, os caminhões vão desfilar usando as faixas da pista e os pedestres usarão a calçada do lado do rio e o corredor das ciclovias.

A mudança foi possível porque este ano a Superintendência de Desenvolvimento Urbano (SDU) decidiu disponibilizar apenas a calçada oposta ao lado do rio e uma parte do passeio central para os barraqueiros. Além de facilitar a circulação das pessoas, a novidade atende a uma necessidade de maior cuidado com questões ambientais.

Além da mudança na distribuição dos espaços, haverá também alterações do trânsito no dia do Corso. Uma delas será na avenida Duque de Caxias, na zona Norte. "Queremos utilizar apenas uma faixa da avenida e liberar a outra para os motoristas que não estão participando do concurso", destaca Lázaro do Piauí.

As alterações e novidades foram alvo de críticas de muitos teresinenses, principalmente pelas redes sociais. Para o folião, o Corso está perdendo sua essência, deixando de ser uma festa popular para se tornar algo institucionalizado. "Estão querendo institucionalizar algo que é popular. Se começar por aí, a festa poderá morrer de vez", conclui Eugênio Rego.